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Clube de elite que compra diamantes à De Beers pode ficar mais restrito

A companhia também está a reavaliar a maneira como distribui os diamantes entre o seu grupo de compradores.

26 de Janeiro de 2020 às 15:00
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A De Beers está a estudar mudanças importantes na forma como vende diamantes, tentando aliviar a crescente frustração da sua clientela — um grupo supostamente de elite (os chamados "sightholders") que agora luta para gerar lucros.

 

Segundo fontes próximas do processo, a diamantífera sul-africana sinalizou que pode reduzir significativamente o número de compradores das suas pedras preciosas, possivelmente realizando o maior corte desde o fim de seu monopólio, no início do século.

 

A companhia também está a reavaliar a maneira como distribui diamantes entre o seu grupo de compradores, de acordo com as mesmas fontes, que pediram anonimato porque as conversações são particulares.

 

A forma de venda da maior produtora mundial de diamantes está em xeque após um ano desastroso para as empresas que lapidam e negoceiam joias em todo o planeta. Os intermediários do setor estão em apuros após uma situação de excedente de pedras brutas e polidas – que destruiu as suas margens de lucro – e de os bancos terem restringido o financiamento.

 

O quadro piorou porque a De Beers manteve os preços de venda até ao final do ano. Diminuindo o número de clientes, a empresa poderia ajudar a fortalecer os empreendimentos restantes.

 

Os executivos da De Beers vão estar com aproximadamente 80 compradores credenciados na próxima semana, no Botsuana, para a primeira venda do ano e para a receção anual da empresa — tradição iniciada quando a De Beers era gerida pela família Oppenheimer.

 

Os clientes receberam a comunicação de que poderão esperar, durante esse encontro, novas informações sobre possíveis alterações na forma como são realizadas as vendas.

 

Segundo as mesmas fontes, não foi ainda tomada uma decisão final e os detalhes provavelmente só serão divulgados mais para o final do ano. O atual contrato de seis anos da De Beers com os compradores termina no fim de 2020.

 

Um porta-voz da De Beers recusou comentar mudanças específicas que estão a ser consideradas."Estaremos em contacto direto com os clientes nos próximos meses a respeito do novo contrato, que se focará em maximizar as oportunidades no novo mundo dos diamantes", declarou a empresa.

 

O relacionamento da diamantífera com os seus clientes — que incluem grupos de gestão de patrimónios familiares de Israel e da Índia e subsidiárias de joalheiras como a Tiffany — sempre foi complexo.

 

Num sistema que teve início na década de 1890, a De Beers distribui as suas pedras em 10 eventos por ano e os compradores têm de aceitar as quantidades e os preços (geralmente com desconto) que são oferecidos.

 

À medida que a crise no setor de diamantes se foi propagando, no ano passado, a empresa demonstrou uma flexibilidade sem precedentes nas regras de venda. Mas a frustração em relação ao processo continua.

 

Um ponto importante de discórdia é a política da De Beers de alocar mais diamantes aos clientes que compraram grandes quantidades anteriormente. O esquema foi projetado para recompensar os compradores mais fortes, mas há quem suspeita que isso resulta em compras irracionais e no despejo de pedras a baixo preço, especialmente após a De Beers aumentar a flexibilidade nas vendas no ano passado.

 

A De Beers indicou que poderá vir a mudar os critérios de alocação e torná-los mais subjetivos, segundo as fontes.

 

Texto original: The elite De Beers diamond buyers club may get even smaller

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