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Maior produtor mundial de chips prestes a abrir primeira fábrica na Europa

O maior fabricante de semicondutores do mundo está prestes a dar luz verde à abertura da sua primeira fábrica na Europa. Para isso conta com a ajuda financeira de Berlim, mas arrisca a fúria de Pequim.

TSMC deve confirmar amanhã se avança com a fábrica de semicondutores em Dresden. Será a primeira na Europa daquele que é o maior fabricante de chips do mundo.
TSMC deve confirmar amanhã se avança com a fábrica de semicondutores em Dresden. Será a primeira na Europa daquele que é o maior fabricante de chips do mundo. Ann Wang/Reuters
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É já amanhã que vai ser decidido o negócio que pode mudar a indústria europeia de “chips”: o fabricante taiwanês TSMC, o maior do mundo, deve informar se realmente avança com uma fábrica de semicondutores na Alemanha, a primeira do grupo na Europa.

Pelo menos desde 2021 que o negócio é falado, com a fábrica prometida para a cidade alemã de Dresden.

De acordo com o portal Politico, que cita duas fontes próximas do assunto que pediram anonimato, a TSMC já deu sinais de que a decisão final será tomada na reunião da direção deste mês.

A verificar-se, a fábrica poderá colocar a Europa numa posição de maior vantagem na guerra comercial contra a China.

Taiwan é o maior produtor mundial de chips, uma vantagem comercial que desagrada à China, uma vez que Pequim tenta controlar os destinos da Formosa. Além disso, os Estados Unidos já deixaram de exportar para a China equipamento de ponta para o fabrico de semicondutores. Nações europeias como os Países Baixos fizeram o mesmo.

O diretor da TSMC, Mark Liu, disse em junho que “o sentimento era positivo” em relação à fábrica alemã e que algumas “lacunas” na cadeia de abastecimento e mão de obra estavam a ser resolvidas.

A TSMC também planeia investir 40 mil milhões de dólares numa fábrica no Arizona, mas expressou preocupação com os critérios que os Estados Unidos estão a usar para a atribuição de subsídios.

Investimento de 10 mil milhões

Atualmente, a União Europeia tem uma presença discreta no setor dos “chips”, mas pretende aumentar a sua fatia dos atuais 9% para 20% até 2030. Para isso, conta atrair fabricantes de Taiwan, incluindo através de generosos subsídios estatais – algo que os EUA e o Japão também têm tentado fazer.

O objetivo é reduzir a dependência asiática e conseguir assegurar o funcionamento da indústria automóvel, que tem sido duramente atingida pela escassez de semicondutores.

A Alemanha já disse que está disposta a avançar com apoios, mas não é claro quanto é que a TSCM vai receber – a Bloomberg indica que o investimento total na fábrica alemã possa chegar aos 10 mil milhões de dólares e refere que há negociações para que cerca de metade possa ser subsidiado.

Outros fabricantes de “chips” têm mostrado interesse nesta oportunidade alemã – é o caso da Intel, que já investiu 30 mil milhões na cidade de Magdeburg.

No seu fundo de transição climática, Berlim comprometeu-se a investir 20 mil milhões na produção de semicondutores.

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