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Champalimaud «responde» aos accionistas minoritários
António Champalimaud respondeu, hoje em comunicado, aos accionistas minoritários da Mundial Confiança na sequência dos anúncios publicados na semana passada na imprensa internacional e portuguesa, sob o título «Faça-se ouvir no caso Champalimaud».
Champalimaud acusa o Banco Comercial Português (BCP) de estar a «usar entidades por si controladas» para levar a AG a vender-lhe os bancos sob o seu controlo. No comunicado, o accionista maioritário refere que «dos 21 accionistas minoritários que convocaram a AG, 20 são entidades controladas pelo BCP», acrescentando ainda que «é claro que o BCP pretende apoderar-se do grupo bancário da Mundial Confiança (MC) contra vontade e interesse do accionista maioritário, aproveitando-se de um despacho do Ministro das Finanças, cuja ilegalidade é evidente e foi declarada pela Comissão Europeia». O industrial considera que o negócio com o Banco Santander Central Hispano (BCSH) não traz qualquer prejuízo para os accionistas da seguradora, e só pode trazer benefícios, «como demonstra a subida de cotação».
António Champalimaud termina o comunicado afirmando «o BCP no passado, no âmbito do processo de privatização, ofereceu pelo Banco Pinto & Sotto Mayor (BPSM) um preço 6,6 vezes inferior ao que veio a ser pago pela MC. Dessa vez, a tentativa oportunista de comprar ao Estado a preço aviltado, não passou e agora também não vai passar». A resposta do accionista maioritário surge no dia que o ministro da Economia e Finanças, Pina Moura, em Bruxelas, durante a reunião do Conselho de Ministros da Economia e Finanças (ECOFIN) da União Europeia, reiterou a oposição do Governo português ao negócio Champalimaud/BSCH, tendo salientado que, «apesar da mudança de ministro, a política de Lisboa mantém-se igual nesta questão».
A Mundial confiança fechou nos 43,96 euros (8.813 escudos), o que traduz uma desvalorização de 0,57% face à cotação de fecho de sexta-feira.