António Champalimaud vai amanhã avançar com uma acção judicial contra o ministro das Finanças português, Sousa Franco, devido à inibição dos direitos de voto da Mundial Confiança. Segundo fonte oficial do Banco Pinto & Sotto Mayor (BPSM), «António Champalimaud irá interpor um recurso de anulação dos despachos das Finanças de 18 de Junho e de 2 de Agosto e paralelamente a suspensão da sua eficácia». O prazo para a entrega deste recurso terminaria a 18 de Agosto, isto é dois meses depois do primeiro despacho, mas devido às férias dos tribunais este foi alargado até ao dia 15 de Setembro.

Segundo alguns analistas do mercado, «esta decisão procura apenas pressionar o Governo para o fim deste impasse». Outro analista referiu ainda que «trata-se de uma manobra de fundo, no seguimento de outras como a tentativa de impugnar a assembleia geral do Banco Comercial Português (BCP)».

Recorde-se também que António Champalimaud anunciou em Agosto que poderia enveredar pelo caminho negocial com o Estado português, dando uns pequenos «toques» para que o acordo seja aceite. Contudo, segundo os analistas esta acção «coloca um ponto final nas negociações».

Às 11h55 os títulos directamente relacionados com este impasse observavam uma desvalorização superior a 1%. O BCP, com mais de 133 mil títulos transaccionados cotava-se nos 23,7 euros (4.751 escudos), menos 1,25% do que na sessão anterior. Por sua vez o BPSM transaccionava nos 17,46 euros (3.500 escudos), o que reflecte uma desvalorização de 1,02%. A Mundial Confiança, «cabeça» do grupo Champalimaud, perdia 1,01%, encontrando-se nos 36,1 euros (7.237 escudos).