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CFO estão "menos otimistas" com perspetivas para a economia portuguesa
Três em cada quatro administradores financeiros em Portugal excluem uma recessão no país no próximo ano e meio, embora estejam "menos otimistas" quanto às perspetivas económicas para 2020, refere hoje o estudo "CFO Survey Spring 2019".
Nesta edição do CFO Survey, da Deloitte, destaca-se a redução de 70% para 45% no otimismo sobre as perspetivas económicas do país para os próximos 18 meses e um aumento do pessimismo, de 9% para 24%.
Estes gestores de empresas nacionais consideram também "pouco provável" que ocorra uma recessão em Portugal (74%), sendo que na Europa o cenário é idêntico, com 57% dos inquiridos a acreditar que não vai ocorrer uma crise no próximo ano e meio.
O CFO Survey é um estudo semestral que analisa as expectativas económicas, financeiras e estratégias dos administradores financeiros (CFO) europeus, tendo nesta edição contado com a participação de 1.473 CFO de 20 países europeus (Áustria, Alemanha, Bélgica, Dinamarca, Espanha, Finlândia, Grécia, Holanda, Irlanda, Islândia, Itália, Luxemburgo, Noruega, Polónia, Portugal, Reino Unido, Rússia, Suécia, Suíça e Turquia). Em Portugal, foram inquiridos cerca de uma centena de administradores financeiros.
O 'partner' e CFO Survey Leader da Deloitte Portugal, Nelson Fontainhas, explicou que a queda da confiança económica dos administradores financeiros "pode estar relacionada com a ideia generalizada de que podemos estar perante um abrandamento do crescimento económico, também associado às tensões geopolíticas".
"Depois de dois anos de extremo otimismo, há um arrefecimento na confiança sobre a performance económica", salientou o gestor.
Os CFO esperam, no entanto, uma "evolução positiva" da performance financeira das suas empresas (47% de saldo líquido), com destaque para "o crescimento do investimento" e para "a criação de postos de trabalho", ficando acima da média europeia.
A maioria destes gestores em Portugal considera que o seu negócio enfrenta "um elevado nível de incerteza financeira e económica externa (60%), sendo que há semelhança do semestre anterior, "continuam a não estar disponíveis para arriscar nos seus balanços", com 74% a responder que "não é um bom momento para assumir riscos".
Há semelhança dos resultados das anteriores edições do estudo, observa-se uma maior aposta em estratégias defensivas, as quais continuam a aparecer em primeiro lugar em Portugal.
A esse nível, os inquiridos identificam como principais prioridades a redução de custos (85%) e a eficiência do fundo de maneio (74%), seguindo-se a aposta em novos produtos/serviços (71%), o crescimento orgânico (68%) e o aumento do investimento (41%).
Quando questionados acerca dos fatores que podem representar um maior risco para o seu negócio no próximo ano, 82% dos administradores financeiros referem as perspetivas económicas/crescimento e cerca de metade aponta os riscos geopolíticos, o aumento da regulamentação, a falta de profissionais qualificados e o risco cibernético.
Na Europa, apenas 63% dos CFO considera que o seu negócio enfrenta "um elevado nível de incerteza" financeira e económica externa e só 20% considera que "é um bom momento para assumir riscos nos seus balanços", o que situa esta resposta nível mais baixo desde que em 2015 o estudo foi lançado.