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Camac volta ao circuito mundial e troca os pneus à NATO

Única fabricante de pneus de capitais portugueses reabriu há três anos, após 18 meses de paragem, e já vende para 50 países, inclusive para a NATO. Facturou 10 milhões de euros em 2012 e emprega cerca de 150 pessoas

Paulo Duarte/Negócios
30 de Maio de 2013 às 00:01
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A Camac, única produtora portuguesa de pneus, já foi detida por empresários ligados ao futebol e ao sector têxtil, por um banco e até por um patrão espanhol. Fundada em 1967 por José Pinto de Sousa, antigo presidente do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol, passou nos anos 80 para as mãos do antigo BPA, tendo em 1989 sido comprada pelo excêntrico empresário espanhol Ruiz Thiery. Em Dezembro de 1995 é adquirida por José Serra, ligado ao sector têxtil, que a viria a vender, no ano seguinte, a um grupo de cinco empresários liderado pelo seu sobrinho Carlos Pissarra, advogado e ex-administrador da SAD do Boavista.

Após vários anos a acumular prejuízos e com a tesouraria exaurida, a Camac viria a paralisar a 29 de Agosto de 2008, na sequência da greve dos seus 290 trabalhadores por atraso no pagamento de salários. Passados quatro meses era decretada a insolvência da empresa. A fábrica, situada em Santo Tirso, manteve-se parada durante 18 longos meses. Em sede de insolvência, viria a ser adquirida pelos irmãos Jorge e Fernando Barros Rodrigues, do grupo bracarense General (recauchutagem de pneus), sendo o capital detido em cerca de 30% por um fundo estatal do IAPMEI.

"Entendemos que a Camac, desde que devidamente reestruturada, poderia ser uma oportunidade de negócio, a par do entendimento de que se trata de uma empresa de interesse estratégico", explicou ao Negócios Jorge Rodrigues. Reactivada em Março de 2010, foram "investidos até ao momento cerca de 15 milhões de euros na reestruturação profunda da Camac".

Relatório e contas desta ressurreição empresarial: em 2011 facturou 7,5 milhões de euros, tendo fechado o exercício 2012 com vendas de 10 milhões de euros, 95% dos quais foram gerados no exterior. Pneus produzidos: cerca de dois milhões. Com o mercado britânico, que historicamente representava mais de 80% das vendas, "reduzido a um volume pouco mais do que residual", a empresa vende para cerca de 50 países da Europa, Norte de África, e Médio Oriente. Com este "pormaior": facturou 2,5 milhões de euros à NATO, organização que encomenda "com regularidade pneus com a marca Camac para equipar as suas viaturas".

O "break even" da empresa está em curso : "Neste momento, ainda sem atingirmos a totalidade da capacidade produtiva instalada, com um número de trabalhadores (actualmente da ordem dos 150) ajustada a essa realidade, prevemos fechar o ano de 2013 com resultados operacionais positivos", garantiu Rodrigues. E prometeu, sem detalhar, que "o corrente ano e 2014 assistirão as descolar definitivo da empresa rumo à performance para que tem vindo a ser preparada".

 
O momento

Em Março de 2010, depois de 18 meses de paragem da fábrica e após intensas e polémicas negociações com o IAPMEI em sede de insolvência, a unidade industrial da Camac, em Santo Tirso, voltava a produzir pneus. Com a Mabor, que faz parte do gigante alemão Continental, a quatro quilómetros de distância, a Camac continua em mãos nacionais, desta vez controlada pelos irmãos Rodrigues (do grupo bracarense General). E a ostentar o título de única fabricante portuguesa de pneus.

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