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Britânica Anglo American estuda desmembramento para afastar OPA da BHP

A mineira está a pensar vender ou separar-se dos seus negócios de exploração de diamantes, níquel, platina e mineração de carvão, de forma a concentrar-se nos ativos onde têm "claramente uma vantagem competitiva".

Bloomberg
14 de Maio de 2024 às 11:54
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A britânica Anglo American está a estudar o seu próprio desmembramento, através da venda ou da cisão das suas empresas de exploração de diamantes, platina, níquel e de mineração de carvão, de forma a defender-se da oferta pública de aquisição (OPA) feita pela australiana BHP. 

A empresa precisa de convencer os seus acionistas que a rejeição da OPA é uma mais-valia e que consegue continuar como um agente independente no mercado, depois da BHP ter feito uma segunda oferta que avaliava a mineira em cerca de 34 mil milhões de libras (39,50 mil milhões de euros ao câmbio atual) - mais 3 mil milhões de libras que a oferta inicial feita em finais de abril. 

O plano da Anglo American passa agora por focar-se apenas na exploração dos seus negócios de ferro, nutrientes agrícolas e cobre. Os preços deste último metal, essencial para a transição energética, valorizaram, só este ano, mais de 15% e é esperado que, na próxima década, a sua procura aumente em 24%, segundo dados recolhidos pelo The New York Times. E é por aí que passa a estratégia da BHP, que pretende expandir os seus ativos de cobre através da compra da Anglo American e dos seus valiosos ativos no Chile e no Perú.

Duncan Wanblad, CEO da empresa britânica, descreveu esta reestruturação como a "mais radical que a Anglo American enfrentou em décadas" e prometeu que, após todas as mudanças estarem concluídas, até final de 2025, a empresa estará "extremamente bem avaliada". Neste momento, a mineira encontra-se a desvalorizar cerca de 2,5% para 26,3 libras. A oferta da BHP equivalia a 27,53 libras por ação e daria aos acionistas da Anglo American cerca de 17% do capital da nova empresa.

Ao focar-se apenas nos negócios em que a mineira britânica tem uma vantagem competitiva, como a exploração do cobre, deixando de lado outras operações que vários acionistas denunciam como "menos pujantes", Wanblad pretende convencê-los que o desempenho da Anglo American será melhor sem uma junção com a australiana BHP.

"É uma clara tentativa da administração para conseguir alcançar o sucesso, focando-se num número menor de coisas, onde eles claramente têm uma vantagem competitiva com os seus ativos", disse um dos maiores acionistas da Anglo American ao Financial Times. No entanto, o investidor descreve o caminho que se segue como "desafiante" e avisa que não se deve "subestimar as dificuldades de execução" de um plano destes. 

Uma eventual fusão das duas empresas poderia criar um dos maiores colossos do setor, particularmente no que diz respeito à exploração do cobre. A BHP é a maior empresa mineira cotada em bolsa, com uma capitalização de 218,84 mil milhões de dólares australianos. Já a Anglo American, que tem uma participação de 85% no grupo De Beers - a empresa mundial líder no setor dos diamantes -, tinha uma capitalização de 29 mil milhões de libras antes de a oferta ter sido tornada pública.

*Notícia editada por Inês Santinhos Gonçalves

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