A Brisa apresentou uma proposta técnica para concorrer à gestão de todo o projecto ferroviário de alta velocidade (TGV). Vasco de Mello, presidente da comissão executiva da Brisa, disse que esta é uma das formas de potenciar o «expertise» ganho pela empresa na área de coordenação, expropriação, fiscalização, estudos de impacto ambiental, gestão urbana e «project management» nas empreitadas lançadas na vertente rodoviária.

A entrada da Brisa neste novo segmento de actividade processar-se-á através da participada Brisa Engenharia e Gestão, com uma proposta entregue, em Outubro à RAVE - Rede de Alta Velocidade, em consórcio com Norcontrol, uma empresa espanhola especializada na gestão de projectos ferroviários.

«Temos um competência muito grande em engenharia. Trata-se de um activo muito importante, quer da Brisa, quer do próprio país, na gestão de grandes projectos de infra-estruturas, com a tradição de serem apresentados a tempo, dentro do orçamento, cumprindo as normas de segurança e respeitando o meio ambiente. Seria uma pena se não se aproveitasse esta competência e, por isso, decidimos participar neste projecto, aproveitando a nossa valia», sublinhou Vasco de Mello.

Neste momento, a Brisa ainda está a avaliar se irá participar apenas na prestação de serviços para a RAVE ao nível da gestão de projecto e da fiscalização, ou se irá igualmente concorrer ao pacote de exploração e concessão do TGV.

Este novo posicionamento da Brisa insere-se na estratégica de diversificação de actividade da concessionária de auto-estradas, no sentido de garantir a «perenidade» do projecto empresarial para além do final do prazo de concessão, previsto para 2032.

A Brisa está também a concorrer a outros empreendimentos, tendo neste momento projectos em execução para entidades como o IEP - Instituto de Estradas de Portugal, Refer, programas Polis, estádios de futebol para o Euro 2004 e grandes municípios, por exemplo.

Um dos projectos que a Brisa tem em curso nesta área prende-se com o Estádio do Dragão, inaugurado anteontem, em que a empresa garantiu a gestão e fiscalização do projecto do nó da VCI - Via de Cintura Interna, nos acessos ao novo estádio do Futebol Clube do Porto.

«Trata-se de um activo muito valioso e que deve ser utilizado plenamente pela Brisa. Se não tomássemos esta opção estratégica, com o tempo, poderíamos chegar a um ponto em que deteríamos um conjunto de competências e de equipas que não teriam nada para fazer», acrescenta Vasco de Mello.