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Brisa acusa Abertis de declarações "falsas e difamatórias"

Concessionária portuguesa foi obrigada pela CMVM a publicar na íntegra a declaração de voto do administrador da Abertis no Conselho de Administração da Brisa, onde este lança fortes criticas aos consultores e assessores da Brisa e à própria empresa.

18 de Maio de 2012 às 14:43
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A declaração de voto do administrador da Brisa em representação da espanhola Abertis, onde este “chumba” o relatório de resposta à OPA por parte do Conselho de Administração, foi publicada hoje pela concessionária de auto-estradas, depois de obrigada a isso pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.

José Aljaro não aprovou o relatório de resposta à OPA, na reunião do Conselho de Administração de 23 de Abril, tendo emitido uma declaração de voto, onde elenca os vários argumentos porque votou contra a proposta e faz também acusações aos assessores da Brisa, que a empresa portuguesa classifica de “falsas e difamatórias”.

“Votei contra porque considero que os méritos da oferta não justificam que o Conselho de Administração aprove um relatório favorável”, refere a declaração de voto de José Alfaro (na foto), lembrando que a Brisa “até há alguns meses adquiriu acções próprias no mercado a um preço acima dos 4 euros por acção, o que é muito superior ao preço oferecido pela Tagus”, de 2,66 euros por acção.

A Abertis, uma das maiores accionistas da Brisa, depois do Grupo José de Mello e da Arcus, está contra o valor oferecido por estes dois accionistas na OPA. O seu representante na administração da concessionária portuguesa “em minha opinião, o valor das acções da Brisa é superior a 2,66 euros por acção”.

Depois de explicar porque é contra o relatório da administração da Brisa, Alfaro faz uma série de acusações. Os “membros do Conselho de Administração têm um claro conflito de interesses” com os assessores da Brisa envolvidos no processo e “não deveriam ter participado na escolha desses consultores”, refere Alfaro.

Além disso, alguns dos consultores da Brisa emitiram “opiniões, que são contrárias às suas próprias opiniões publicadas, antes de terem sido contratados pela Brisa, o que leva à conclusão de que o Conselho não deverá votar favoravelmente o relatório, uma vez que os méritos da oferta não são bons”, acrescenta Alfaro.

Por último, acrescenta que os “assessores financeiros usaram, na preparação do seu relatório, um plano de negócios preparado pela Brisa para este efeito”, sendo que “este plano de negócios, assenta em hipóteses muito mais conservadoras do que aquelas que a própria Brisa divulgou ao mercado, e que, potencialmente, podem ter o propósito baixar a avaliação que esses consultores fazem da Brisa, de modo a que o preço da oferta não pareça tão baixo”.

Divulgação assume “relevância jurídico-penal”

No documento publicado na CMVM, a Brisa considera que “nunca seria obrigatória a transcrição da declaração de voto do administrador José Aljaro Navarro”.

Na resposta à declaração de voto, a Brisa a decisão de não publicar anteriormente na íntegra a declaração, por esta conter “declarações sobre o plano de negócios subjacente ao relatório e sobre os consultores jurídicos e financeiros da Brisa que são consabidamente falsas e difamatórias, assumindo a sua divulgação relevância jurídico-penal”.

A empresa portuguesa afirma que “os indicadores financeiros utilizados como base do parecer não foram preparados ad hoc para o relatório do conselho de administração” e que “inexiste contradição alguma entre o trabalho desenvolvido pelos assessores da Brisa e publicações anteriores da autoria dos mesmos”.

“Neste contexto, a Brisa reitera que a informação transcrita no ponto antecedente é da responsabilidade exclusiva do Dr. José Aljaro e que apenas procedeu à sua reprodução por ter sido instada pela CMVM para o fazer”, acrescenta.

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