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BPN: Proposta do Montepio Geral "nunca teve números em cima da mesa"

O Montepio Geral nunca apresentou valores específicos para aquisição do BPN, disse hoje a secretária de Estado do Tesouro, Maria Luís Albuquerque.

24 de Julho de 2012 às 16:41
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Durante uma audiência perante a comissão parlamentar de inquérito ao BPN, Albuquerque fez questão de frisar que a proposta do Montepio implicaria a liquidação do Banco Português de Negócios.

O deputado social-democrata Hugo Velosa questionou a secretária de Estado sobre os motivos que levaram o Governo a não aceitar a proposta do Montepio Geral, acabando por reprivatizar o BPN por 40 milhões de euros, vendendo-o ao banco angolano BIC.

"O que o Montepio propôs não foi a compra do banco. O que o Estado disse foi que a proposta [do Montepio] poderia ter interesse se não conseguíssemos a solução preferida", disse Albuquerque. "Não se pode manter em paralelo negociações para venda e para liquidação. Seriam eventualmente fases subsequentes."

A secretária de Estado acrescentou ainda que "nunca houve números em cima da mesa" nas negociações com o Montepio, dizendo desconhecer qualquer oferta de entre 35 a 50 milhões de euros.

"Esses valores que foram ventilados, os senhores deputados tiveram conhecimento deles antes de mim. Nunca tinha ouvido falar daqueles números", afirmou. "Nunca foram sequer discutidos quaisquer números, com excepção do prémio que se propunham pagar pelos depósitos."

A governante disse ainda que a proposta do Montepio implicaria mais despedimentos de funcionários do BPN: "O Montepio comprometia-se a salvaguardar 350 postos de trabalho, e 350 é bastante menos que 750 [número da proposta do BIC]".

Hugo Velosa e o centrista João Almeida questionaram Maria Luís Albuquerque sobre a proposta apresentada pelo Núcleo de Investidores Estratégicos (NEI). A secretária de Estado respondeu que esta oferta não era credível.

"A oferta final [do NEI] era de 120 milhões de euros, mas de onde vinha o dinheiro nunca conseguimos esclarecer. Disseram-nos que tinham um sócio, um banco europeu; quando perguntei quem era, não me responderam", afirmou Maria Luís Albuquerque aos deputados.

"Não ofereciam garantias suficientes para levar as negociações por diante, era preciso ter outra confiança na capacidade daquele grupo de cidadãos", disse a secretária de Estado.

"A única proposta que nos apareceu em condições de ser aceite era" a do BIC, concluiu.
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