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Berardo só declara ao Fisco pensão mensal de 2.584 euros

O empresário madeirense, que já passou três noites da prisão, só declara ao Fisco uma pensão de reforma mensal no valor de 2.584 euros, da qual uma parte está penhorada. As medidas de coação devem ser hoje conhecidas.

Lusa
02 de Julho de 2021 às 09:30
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Joe Berardo, detido esta terça-feira para interrogatórios, declara anualmente ao Fisco uma pensão de 2.584 euros, dos quais uma parcela se encontra penhorada desde maio de 2020 a favor da Caixa Geral de Depósitos. Significa que vive com 1.722 euros por mês, apesar de continuar a viver como um milionário, escreve o Expresso na edição desta sexta-feira, 2 de julho.


O empresário madeirense está indiciado pelos crimes de burla qualificada, fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais, falsidade informática, falsificação, abuso de confiança e descaminho ou destruição de objectos colocados sob o poder público. E estas suspeitas, segundo o Público, são também as mesmas que impendem sobre André Luiz Gomes, o advogado de Berardo, igualmente detido na mesma operação.


André Luis Gomes foi ouvido por Carlos Alexandre, o juíz do Tribunal Central de Investigação Criminal, num interrogatório que se prolongou por oito horas. Seguiu-se Joe Berardo, que preferiu não prestar declarações e entretanto se sentiu mal, tendo sido mesmo chamado o INEM para prestar assistência. As medidas de coação a aplicar aos dois arguidos serão conhecidas esta sexta-feira. 


O inquérito crime, que já leva cinco anos de investigação, tem como principal alvo o empresário que fez fortuna na África do Sul. Além de Joe Berardo e do seu advogado, são também arguidos Renato Berardo, filho do empresário, Jorge Berardo, irmão, Carlos Santos Ferreira, ex-presidente da CGD, Sofia Catarino, ligada às empresas e Fátima Câmara, contabilista na Madeira. A estes somam-se seis pessoas coletivas, entre as quais a Associação Coleção Berardo.


Segundo o Público, André Luiz Gomes é considerado pelo Ministério Público o mentor do esquema que terá ajudado o empresário a dissipar património e valores através de empresas veículo por forma a conseguir escapar aos seus credores, entre os quais estão três bancos: Caixa Geral de Depósitos, BCP e Novo Banco, aos quais tem dívidas de quase mil milhões de euros. 


Joe Berardo continua a estar por detrás de, pelo menos, 25 das empresas que constituem o universo de sociedades ligadas ao seu grupo, das quais 19 são controladas pela Associação Coleção Berardo.

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