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BE condena privatizações e acusa Governo de "entregar o ouro ao bandido"
O BE condenou esta quarta-feira a política de privatizações, considerando que o Governo está a "entregar o ouro ao bandido" e a hipotecar o futuro ao perder por "tuta e meia" algumas das melhores empresas do país.
"Fazer um historial das privatizações é resumir o processo de empobrecimento do país. Parar as privatizações na calha, da TAP às Águas de Portugal, ou as há muito ambicionadas pelo PSD, da Caixa à RTP, não é apenas o dever de qualquer oposição ou partido responsável, mas de todos quantos assumem o compromisso mínimo de defender Portugal", afirmou a deputada do BE Mariana Mortágua, numa declaração política no plenário da Assembleia da República.
Sustentando que, com as privatizações, PSD e CDS-PP estão a "entregar o ouro ao bandido", Mariana Mortágua acusou os partidos da maioria de hipotecar o futuro e vender "por tuta e meia alguns das melhores empresas do país".
Centrando-se no caso da privatização da Caixa Seguros, a deputada do BE deixou acusações de falta de transparência no processo e recordou que até a antiga presidente do PSD Manuela Ferreira Leite se confessou "abanada" com a venda do sector segurador da Caixa.
"Só em 2012, os seguros da Caixa deram 96 milhões de euros de lucros. Os 1000 milhões que o Governo canta como se fossem uma grande vitória, são pouco mais de 10 anos de dividendos. A partir de 2024 o país já estará a perder dinheiro com esta operação", frisou.
Na resposta, o deputado do PSD Duarte Pacheco começou por assinalar as diferentes opções ideológicas de sociais-democratas e bloquistas em relação às privatizações, defendendo que são operações muito importantes para atrair capital para o país, permitir a integração de empresas portuguesas em redes globais e também para permitir o encaixe financeiro para diminuir a dívida pública portuguesa.
Duarte Pacheco recordou igualmente que o programa de privatizações está em curso há mais de 20 anos e "tem sido bem-sucedido", garantindo que todas as regras de transparência são cumpridas".
Relativamente à Caixa Seguros, o deputado do PSD lembrou que a sua alienação está prevista no memorando assinado com a troika e que, ao contrário de PSD, CDS-PP e PS, o BE não quis participar nas negociações do programa de ajustamento.
"Mas, havia uma privatização que se fosse a concurso falharia: a privatização da demagogia existente no BE, porque essa ninguém quer comprar", ironizou Duarte Pacheco.
Pelo PCP, o deputado Paulo Sá corroborou a posição do BE, classificando a privatização das seguradoras do grupo Caixa como "um verdadeiro crime económico contra o país".