O Banco de Espanha está a estudar a possibilidade de aliviar as exigências de provisões para crédito de cobrança duvidosa que até agora são impostas à banca. O acentuado aumento dos incumprimentos junto da banca com a consequente efeito nas exigências de capital explicam essa possibilidade.

As instituições financeiras têm pedido ao Banco de Espanha que reduza as exigências de provisões e a autoridade de supervisão poderá avançar nesse sentido, noticia hoje o El País.

O crédito malparado – não hipotecário – atinge em Espanha 4,2% dos empréstmos. Em Portugal, de acordo com os últimos números do Banco de Portugal, esse rácio é de 3% para os empréstimos a empresas (sociedades não financeiras).

Ainda de acordo com o El Pais, o Banco de Espanha exige neste momento que seja contabilizado como crédito de cobrança duvidosa o montante total da dívida em falta quando o cliente se atrasa 90 dias. No caso do crédito para compra de casa, a instituição financeira tem de provisionar 100% da dívida pendente quando o cliente se atrasa dois anos, mesmo que o valor do empréstimo corresponda a 80% do valor da casa.

A redução das exigências de provisões permitia aumentar os lucros contabilísticos dos bancos o que, se não distribuídos perlos accionistas, reforçava os capitais próprios. Este reforço permitiria à banca melhorar os rácios de solidez – exigindo menos esforço de aumento de capital por parte dos accionistas – e/ou ser menos restritiva na concessão d ecrédito.