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Banca britânica continua a aumentar salários

Apelos políticos e regulatórios não estão a conseguir forçar os bancos ingleses a reduzir salários. Pelo contrário. O Tesouro britânico, que esperava angariar cerca de 610 milhões de euros em impostos especiais sobre os bónus, acredita agora que poderá obter mais de 2,2 mil milhões.

02 de Março de 2010 às 11:42
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Apelos políticos e regulatórios não estão a conseguir forçar os bancos ingleses a reduzir salários. Pelo contrário. O Tesouro britânico, que esperava angariar cerca de 610 milhões de euros em impostos especiais sobre os bónus, acredita agora que poderá obter mais de 2,2 mil milhões.

Só o Barclays Capital aumentou salários e bónus em cerca de 93% no último ano. Os seus funcionários receberam, em média, 211 mil euros em 2009, face a pagamentos de 109 mil euros no ano anterior.

No Royal Bank of Scotland, maior instituição financeira detida pelo governo britânico, as compensações per capita cresceram 73%. O HSBC foi o único dos grandes bancos no qual os pagamentos salariais declinaram ligeiramente na sua área da banca de investimento. Mesmo assim, o banco atribuiu uma média de 184 mil euros em bónus a cada colaborador.

De acordo com especialistas ouvidos pela Bloomberg, os crescentes apelos políticos e regulatórios pouco impacto tiveram, levando muitas instituições financeiras a fazer uma espécie de operações de cosmética para tentar agradar à opinião pública.

Em Dezembro passado, o Tesouro britânico foi o primeiro na Europa a avançar com uma taxa especial sobre os bónus da banca. Allistair Darling anunciar uma tributação única de 50% nos bónus pagos acima dos 27,5 mil euros até Abril de 2010. Segundo as previsões iniciais, o Tesouro britânico poderia captar até 610 milhões de euros com esta taxa única. Agora, as estimativas apontam para que a tributação sobre os bónus possa render cerca de 2,2 milhões de euros, escreve a Bloomberg, citando fontes governamentais não identificadas. Barclays, HSBC, RBS e Lloyds poderão, no seu conjunto, somar quase 760 milhões de euros em receitas fiscal.

Mesmo assim, numa tentativa de acalmar os ânimos, os presidentes executivos de alguns dos maiores bancos anunciaram que iriam prescindir dos pagamentos de bónus relativos a 2009. Foi o caso, entre outros, de Michael Geoghegan, CEO do HSBC, que além de não receber pagamentos adicionais anunciou a doação de cerca de 4,5 milhões de euros a entidades de caridade.

Do ponto de vista das relações públicas, a taxa sobre os bónus teve um sucesso parcial, no que respeita à percepção da opinião pública quanto á actual no Governo, Mas “na prática falhou, uma vez que não parece ter levado a uma redução significativa nos montantes dos bónus”, analisa Daniel Naftalin, partner da firma de advogados Mishcon de Reya, à Bloomberg.

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