Notícia
Autoridades portugueses investigam Afinsa e Fórum Filatélico
Os Departamentos de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa e Porto estão há mais de um ano a investigar a Afinsa e o Fórum Filatélico devido a actividades alegadamente parabancárias, noticia hoje o Público.
Os Departamentos de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa e Porto estão há mais de um ano a investigar a Afinsa e o Fórum Filatélico devido a actividades alegadamente parabancárias, noticia hoje o Público.
O Banco de Portugal e a entidade que regula o mercado accionista português, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), estão também a acompanhar a situação desde Janeiro, avança o Público e o Diário de Notícias.
As duas entidades, que têm como função supervisionar o sistema bancário e o mercado de capitais, respectivamente, têm acompanhado as investigações do Ministério Público, que tem liderado as diligências, escreve o Público.
A Afinsa e o Fórum Filatélico - empresas criadas em Espanha relacionadas com o mercado de selos, arte e antiguidades - tinham ramificações em Portugal, mas foi em Espanha que terça-feira foram acusadas pelo Ministério Público espanhol de alegada fraude.
As duas entidades são acusadas de delitos contra as finanças públicas, lavagem de dinheiro, insolvência punível, administração fraudulenta e falsificação de documentos.
A acusação refere ainda uma alegada "fraude em pirâmide", mecanismo que visava devolver aos clientes mais antigos o dinheiro que obtinham dos novos.
As empresas aceitavam depósitos a troco de juros, uma actividade que em Portugal só é permitida às instituições financeiras creditadas pelo Banco de Portugal.
Terça-feira, com a acção das autoridades espanholas, as contas bancárias das duas empresas foram bloqueadas em Espanha, os bens embargados e detidas nove pessoas - cinco da Afinsa e quatro do Fórum Filatélico.
Dois dos detidos são portugueses, o fundador e presidente honorário da Afinsa, Albertino de Figueiredo, e o seu filho Carlos de Figueiredo Escriba.
O Ministério Público espanhol ainda não concluiu as investigações e deverá pedir auxílio às autoridades portugueses para averiguar se as irregularidades detectadas também se estenderam a Portugal, apesar de aqui não existirem queixas.
Por isso mesmo a Polícia Judiciária - através da Direcção Central de Combate à Criminalidade Económica e Financeira - nunca desencadeou qualquer investigação.
Os crimes terão afectado mais de 350 mil investidores e o montante deverá ultrapassar os 2.500 milhões de euros.
Numa nota difundida na sua página na Internet a meio da tarde, a AFINSA apela à "tranquilidade" aos seus clientes, prometendo cooperar com as autoridades e garantindo "todos os compromissos firmados com os seus clientes".
A empresa garante ainda que "todos os selos que compra e vende são autênticos" e que está a "responder com toda a normalidade a todos os compromissos com os seus clientes", explicando que as suas contas foram auditadas e que todos os bens da empresa estão assegurados.