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Autoeuropa alerta trabalhadores para riscos do excesso de capacidade

O director geral da Autoeuropa, Andreas Hinrichs, alertou hoje os trabalhadores da empresa para os riscos criados pelo excesso de capacidade que se verifica na unidade de Palmela, nomeadamente o de o grupo Volkswagen equacionar prescindir de algumas fábricas europeias de menor dimensão.

18 de Maio de 2009 às 13:37
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O director geral da Autoeuropa, Andreas Hinrichs, alertou hoje os trabalhadores da empresa para os riscos criados pelo excesso de capacidade que se verifica na unidade de Palmela, nomeadamente o de o grupo Volkswagen equacionar prescindir de algumas fábricas europeias de menor dimensão.

A capacidade utilizada pela Autoeuropa hoje é de 43%. Segundo explicou ao Negócios fonte oficial da empresa, isso levou o director geral a colocar perante os trabalhadores, numa de várias reuniões que hoje decorrem em Palmela, uma série de cenários, entre os quais o de uma eventual absorção da produção da Autoeuropa pela fábrica que a Volkswagen tem em Emden, na Alemanha.

“Poderia haver essa possibilidade”, admitiu a porta-voz da Autoeuropa, rejeitando, todavia, que se trata de uma ameaça feita pela administração da empresa. Além de Emden (que tem 7.900 empregados e produz o Volkswagen Passat), o director geral da Autoeuropa apresentou ainda a realidade de outras fábricas da Volkswagen numa perspectiva comparativa com Palmela.

“A empresa fez uma comunicação e mostrou a capacidade instalada em várias fábricas na Europa e constatámos que há um excesso de capacidade instalada”, disse ao Negócios o coordenador da comissão de trabalhadores da Autoeuropa, António Chora. Segundo António Chora, há unidades da Volkswagen que estão numa situação especialmente delicada, como Wolfsburg e Pamplona. “Nós [Autoeuropa] temos um excesso de capacidade de 100 mil unidades e Emden estava exactamente na mesma situação”, acrescentou o representante dos trabalhadores.

A Autoeuropa teve no primeiro trimestre receitas de 309,4 milhões de euros, menos 27% que no mesmo período do ano passado. Uma descida que reflectiu a queda do volume de produção de automóveis. No seu jornal interno, a Autoeuropa reviu para cerca de 80 mil o número de veículos a produzir este ano, o que representa uma queda de 31% face à estimativa feita em Outubro.

Embora a especialização em veículos de nicho (como o Volkswagen Scirocco e o Volkswagen Eos) seja apontada como um ponto a favor na competitividade da Autoeuropa, a reduzida dimensão da unidade de Palmela poderá ser um factor de risco. Para António Chora, “uma fábrica que significa 2% do universo Volkswagen é sempre o elo mais fraco”.

Os cenários apresentados esta manhã aos trabalhadores, e que continuarão a ser comunicados durante a tarde para os restantes colaboradores da fábrica, surgem num momento em que a Autoeuropa está a ter dificuldades em chegar a um acordo com os funcionários sobre novos mecanismos de flexibilidade laboral que permitam a empresa um reajuste aos menores volumes de encomendas do mercado automóvel.

Ao Negócios António Chora sublinhou que “os trabalhadores devem estar todos tranquilos”, apesar dos alertas lançados por Andreas Hinrichs. “Estamos num processo negocial que em nada se altera”, referiu. “Entrámos tranquilos e saímos tranquilos”, disse ainda o representante da comissão de trabalhadores.

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