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Associação quer 29 sociedades ligadas à Afinsa sejam investigada

A Associação de Utilizadores de Bancos, Caixas e Seguros (ADICAE) de Espanha apelou hoje ao Tribunal Mercantil em Madrid para que intervenha e controle a gestão de 29 empresas ligadas à Afinsa em seis países, entre eles Portugal.

10 de Outubro de 2006 às 14:29
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A Associação de Utilizadores de Bancos, Caixas e Seguros (ADICAE) de Espanha apelou hoje ao Tribunal Mercantil em Madrid para que intervenha e controle a gestão de 29 empresas ligadas à Afinsa em seis países, entre eles Portugal.

Numa petição enviada ao tribunal, a ADICAE refere que é vital que sejam nomeados gestores judiciais para todas as empresas, entre as quais a Afinsa Investimentos e a Afinsa Portugal, sedeadas em Portugal, por se temerem "manipulações" de bens patrimoniais de acusados no caso de fraude.

Manuel Pardos, presidente da ADICAE referiu que as empresas - instaladas também em Espanha, Estados Unidos, Holanda e Argentina - detêm bens, incluindo imóveis, que não foram embargados e que podem, por isso, ser vendidos.

Cita o caso da empresa DooCollect, dedicada à venda de selos, moedas e obras de arte on-line, que "tem tentado vender lotes de selos abaixo do preço do mercado" para gerar fundos, à margem da gestão judicial da Afinsa.

A organização pede que "cesse a actividade de comercialização de valores filatélicos e outros bens tangíveis" por estas sociedades, procedendo-se ao fecho dos locais de trabalho e despedimento dos trabalhadores, para que possam ser adequadamente compensados.

As empresas, alega a petição, estão a ser usadas para tentar "branquear" a acção dos acusados de burla na Afinsa, acabando por afectar a quantidade de fundos que os 190 mil clientes da Afinsa podem vir a receber.

Segundo o presidente da ADICAE só no próximo ano a administração judicial das empresas deverá dar conta do buraco patrimonial da Afinsa, cifrado inicialmente em mais de 1.700 milhões de euros pelo administrador judicial nomeado pelos tribunais espanhóis.

Deverá arrancar este mês o processo de recolha oficial dos dados dos clientes da Afinsa.

Recorde-se que os principais responsáveis das Afinsa e do Fórum Filatélico foram detidos acusados de burla, branqueamento de capitais, insolvência punível e outros crimes financeiros.

Entre os nove acusados estão o empresário luso-espanhol Albertino de Figueiredo e o seu filho Carlos Figueiredo Escriba, respectivamente fundador e presidente honorário da Afinsa e conselheiro da empresa filatélica.

Estimativas da Procuradoria Anti-Corrupção espanhola avaliam a alegada burla da Afinsa em 1.100 milhões de euros e a do Fórum Filatélico em cerca de 2.400 milhões de euros, o que as torna numa das maiores do género em Espanha nos últimos 25 anos.

 

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