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As tramas que a crise destapou

Kerviel, Madoff, Nadel, Stanford são apenas quatro nomes entre os muitos que têm sido revelados com a actual crise. Esquemas que correm mal, muitos dos quais envolvendo milhares de crédulos, estão a levar à detenção dos burlões. Mas também ao suicídio de muitas vítimas que perdem as poupanças de uma vida inteira.

04 de Março de 2009 às 13:04
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Kerviel: o corretor caído em desgraça

Se as suas apostas continuassem a ser bem sucedidas, Jérôme Kerviel poderia ser ainda um perfeito desconhecido para a maioria do comum dos mortais. Mas a queda da bolsa no início do ano passado, já em plena crise financeira mundial, fez com que este ex-corretor do Société Générale caísse em desgraça.

As perdas reportadas em finais de Janeiro de 2008 pela entidade financeira francesa ascendem a 4,9 mil milhões de euros. Kerviel admitiu ter reunido 50 mil milhões de euros de posições não autorizadas, dissimulando-as através de falsas coberturas e documentos falsificados. O ex-corretor da Société Générale disse aos investigadores que os seus supervisores sabiam das suas actividades, mas essas acusações são negadas pelos visados.

Jérôme Kerviel tinha um limite de negociação de 250 milhões de euros. Segundo o ex-corretor, era normal este valor ser superado. Em entrevista ao canal de televisão TF1, Kerviel referiu que chegou a fazer apostas de 10 mil milhões de euros.

Madoff: O investidor que lesou o próprio advogado

Bernard Madoff, ex-presidente da bolsa tecnológica Nasdaq e fundador da Bernard L. Madoff Investment Securities, foi detido a 11 de Dezembro, depois de alegadamente ter contado aos seus dois filhos que tinha estado a utilizar dinheiro de novos investidores para pagar aos mais antigos, naquele que poderá ser o maior esquema de Ponzi da história - estando avaliado em 35,2 mil milhões de euros.

Entre os clientes de Madoff contam-se bancos, fundos de cobertura de risco, instituições de caridade, universidades e muitos investidores privados, e clientes como o realizador Steven Spielberg, do actor Kevin Bacon ou do jogador de basebol Sandy Koufax. O próprio advogado de Madoff, Ira Lee Sorkin, consta da lista de lesados.

Os reguladores norte-americanos dizem ter provas da má conduta de Madoff, cuja fraude remonta até pelo menos à década de 70. Madoff é tido como o gestor do dinheiro dos ricos. A sua fama de pagamento de elevadas remunerações durante anos a fio deu-lhe a reputação que precisava para que o esquema não parasse. Até que chegou a crise...

Stanford: A dupla face do banqueiro com dupla nacionalidade

Allen Stanford tem 58 anos e é um economista com dupla nacionalidade. Tem B.I. dos Estados Unidos e de Antígua e Barbuda (Caraíbas). Começou a construir a sua fortuna através de investimentos no mercado imobiliário texano depois da crise das "Savings & Loans" na década de 80.

No passado dia 17 de Fevereiro rebentou o escândalo. Stanford foi acusado da segunda maior fraude financeira a ser descoberta nos últimos três meses nos Estados Unidos. Um caso de fraude civil que os reguladores do mercado disseram ter "tentáculos" em todo o mundo. A SEC acusa o texano de gerir um esquema piramidal - com certificados de depósito - avaliado em 6,3 mil milhões de euros através de um império financeiro que inclui um banco privado domiciliado em Antígua, uma sociedade de corretagem e uma unidade de consultoria em investimento.

Os certificados de depósitos vendidos através do Stanford International Bank prometiam retornos da ordem dos 15%, o quádruplo daquilo que os bancos americanos oferecem em aplicações similares.

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