Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

António Costa desafia empresas a reverem política salarial para atrair novas gerações

O primeiro-ministro desafiou hoje, em Sintra, as empresas portuguesas a reverem a política salarial para atrair as novas gerações, como forma de vencer na economia global, evitando que sejam aproveitadas pelos seus concorrentes.

Lusa
26 de Outubro de 2018 às 14:01
  • ...

Segundo António Costa, "se o país quer continuar a crescer tem de aumentar os recursos humanos", através de políticas que fomentem a natalidade, o arrendamento acessível, o desenvolvimento de creches e do pré-escolar, possibilitando uma "nova forma de conciliação entre a vida pessoal e a vida profissional".

 

O governante defendeu não se poder renunciar "aos 500 mil portugueses que, entre 2008 e 2015, foram obrigados a abandonar o país" por falta de "uma oportunidade de futuro".

 

O Estado pode contribuir para alterar a situação, com a isenção fiscal sobre o rendimento do trabalho em 2019 e 2020 para quem regressar, mas isso não será suficiente para quem partiu e para quem ficou, avisou o primeiro-ministro.

 

"Quero dizer com toda a franqueza às empresas portuguesas, e a muitas das que aqui estão, há que fazer também a vossa parte, porque é também de rever a política salarial de forma a podermos atrair esta geração", desafiou António Costa.

 

O motivo é simples: "Porque se nós não atrairmos esta nova geração, há uma coisa que é segura: é que esta geração estará a contribuir para o desenvolvimento dos vossos concorrentes e não contribui para a nossa capacidade de competir na economia global".

 

"Temos de ser capazes de competir e vencer este desafio na economia global e, por isso, não podemos perder esta geração", frisou.

 

António Costa falava para uma plateia de empresários, agentes económicos e investigadores no congresso "Sintra Economia 20/30", que hoje decorre no Centro Cultural Olga Cadaval.

 

Na sessão de abertura, o presidente da autarquia, Basílio Horta (PS), salientou que o congresso não é "um ponto de chegada", mas "um ponto de partida" para o futuro.

 

"O nosso problema é a falta de mão-de-obra que terá de ser resolvida pela adopção de uma política capaz de fixar em Sintra mão-de-obra, que actualmente se desloca para outros concelhos", reconheceu o autarca, apontando como resposta ao problema "uma estratégia de mobilidade, de valorização do espaço público e obviamente salarial".

 

Para Basílio Horta, o município "adopta e pratica o desenvolvimento inclusivo, que é tributário de um crescimento que a todos envolva na melhoria da qualidade de vida e do poder de compra, que combata a crescente concentração de riqueza e, que seja amigo do ambiente".

 

"O lucro não pode ser a única medida para avaliar a importância dos investimentos motores do desenvolvimento económico", vincou, considerando que "um investimento que destrua emprego, agrida o ambiente e seja fiscalmente injusto, não é bom e não deve ser apoiado".

 

O presidente da autarquia explicou que, se Sintra mantiver a sua actual saúde financeira" os sectores prioritários a desenvolver passam pela educação e formação profissional, a mobilidade, o ambiente e o espaço público.

 

O orçamento municipal para 2019 atingirá "os 205 milhões de euros" e o município continuará a ser "o principal investidor no concelho, prevendo até 2021 investir cerca de 160 milhões de euros", adiantou.

 

O congresso "Sintra Economia 20/30", organizado pela Câmara de Sintra, pretende debater o desenvolvimento económico, a sustentabilidade ambiental e a mobilidade.

 

No Centro Cultural Olga Cadaval, em Sintra, participam agentes económicos, académicos e do sector público com o objectivo de apontar caminhos na definição das políticas públicas que garantam o desenvolvimento inclusivo do segundo maior concelho do país, em termos populacionais, na próxima década.

 

O programa, com a participação do primeiro-ministro na sessão de abertura, aborda durante a manhã "recomendações para as actividades económicas", nos sectores da agricultura, comércio, indústria, serviços e turismo, com moderação de Jorge Coelho, presidente do Conselho Estratégico Empresarial de Sintra.

 

Os trabalhos, durante a tarde, repartem-se pelos painéis dedicados ao "Desenvolvimento económico e sustentabilidade ambiental", à "Inovação tecnológica e universidades", e à "Mobilidade sustentável".

 

Após a apresentação das conclusões dos trabalhos, a sessão de encerramento contará com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

 

 

Ver comentários
Saber mais António Costa presidente do Conselho Estratégico Empresarial de Sintra Basílio Horta Câmara de Sintra
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio