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Alemanha afasta cenário de escassez de gás mas quer manter esforço de poupança

Está fora de causa uma escassez de gás durante o inverno, assegura o regulador da energia da Alemanha. Mas isso não significa que tudo regresse ao normal.

A Alemanha é o país da União Europeia que mais gás natural consome e será o mais afetado neste inverno, o primeiro sem o fornecimento de gás russo via gasoduto NordStream1.
Fabrizio Bensch/Reuters
08 de Janeiro de 2023 às 15:16
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A Agência Federal de Redes da Alemanha (Bundesnetzagentur) afastou este domingo o cenário de uma escassez de gás durante este inverno, mas defendeu a necessidade de manter o esforço de poupança, notícia a agência Efe.

"Ainda que exista sempre uma margem de risco, não previmos que alguma coisa possa correr mal durante este inverno", afirmou o diretor da Bundesnetzagentur, Klaus Müller, em declarações ao jornal alemão 'Bild am Sonntag'. O responsável estimou que no final do inverno os depósitos de gás estarão a 50% da sua capacidade total, estando neste momento com níveis de 90%.

O Governo alemão tinha estabelecido como meta que os depósitos estivessem em fevereiro com níveis de 40%. "Nunca se pode descartar algo por completo, mas a possibilidade de não alcançarmos essa meta é irrealista", apontou Klaus Müller.

Apesar deste otimismo, o diretor da Agência Federal de Redes da Alemanha defendeu a necessidade de manter o esforço de poupança de gás, considerando que a postura contrária "sairia muito cara" e seria " não solidária".

"Um aumento do consumo de gás conduziria a um aumento dos preços para as indústrias muito dependentes da energia que, depois de verem os seus gastos aumentar exponencialmente no verão, podem agora recuperar", argumentou.

Na perspetiva de Klaus Müller, o cenário aponta para que se tenha atingido um nível de preços que possam manter nos próximos dois anos, ainda que existam, pelo menos, três fatores de risco, nomeadamente que o próximo inverno seja rigoroso, o aumento do consumo de energia na China e as possíveis ameaças a infraestruturas de gás.

Na sequência da guerra na Ucrânia, a Alemanha implementou uma estratégia para substituir o gás proveniente da Rússia, que representava 60% do consumo.

Essa estratégia incluiu um apelo à poupança, a criação de uma infraestrutura para gás liquefeito e a substituição de energia gerada por centrais a gás por outras fontes de energia.
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