Notícia
AIE prevê "défice significativo" de oferta de petróleo até ao final do ano
O crescimento da procura abrandará no próximo ano, prevendo-se um aumento de pouco mais de 990.000 barris por dia, para um novo recorde de 102,8 milhões, e a China voltará a ser, de longe, o principal motor, absorvendo mais 640.000 barris por dia.
13 de Setembro de 2023 às 11:43
A Agência Internacional de Energia (AIE) prevê "um défice significativo" de oferta de petróleo até ao final do ano devido à decisão da Arábia Saudita e da Rússia de manterem os cortes de produção, foi anunciado esta quarta-feira.
No relatório mensal sobre o mercado petrolífero, a AIE alerta para o risco de maior volatilidade até ao final do ano devido ao baixo nível de reservas e confirma a previsão de crescimento da procura mundial este ano de 2,2 milhões de barris por dia, para 101,8 milhões, bem acima do anterior recorde registado em 2019.
De facto, em junho, a procura global já atingiu um máximo histórico num único mês, impulsionada principalmente pelas necessidades da China, que contribuirá com um crescimento de 1,6 milhões de barris por dia este ano (cerca de 75% do total), bem como pela recuperação do querosene para a aviação e da indústria petroquímica.
O crescimento da procura abrandará no próximo ano, prevendo-se um aumento de pouco mais de 990.000 barris por dia, para um novo recorde de 102,8 milhões, e a China voltará a ser, de longe, o principal motor, absorvendo mais 640.000 barris por dia (quase dois terços do total).
A força da evolução na China provém em grande parte do setor petroquímico, que deverá representar cerca de metade do crescimento mundial este ano e 62% até 2024.
Os peritos da AIE explicam que, tendo em conta a generalização do teletrabalho, nomeadamente nos países anglófonos como a Austrália, os Estados Unidos, o Reino Unido e o Canadá, evita-se o consumo de cerca de 800.000 barris por dia nas deslocações de automóvel para o trabalho.
Só os EUA representam cerca de 500.000 barris por dia.
O verdadeiro motivo de preocupação para a AIE está do lado da oferta, nomeadamente a decisão da Arábia Saudita e da Rússia, no início deste mês, de prolongar até ao final do ano um corte de produção de 1,3 milhões de barris por dia, o que conduzirá a "um défice substancial".
Concretamente, o bloco formado pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (OPEP+) reduziu as suas contribuições para o mercado em dois milhões de barris por dia, entre janeiro e agosto, devido aos cortes voluntários de Riade e Moscovo, que só foram parcialmente compensados pelas retiradas adicionais do Irão (cerca de 600 mil barris por dia).
Se em agosto, a OPEP+ esteva a produzir quase 51 milhões de barris por dia para o mercado, a AIE estima que poderia produzir cerca de mais 200.000 graças ao Cazaquistão e à Nigéria.
No conjunto do ano, as suas retiradas seriam de cerca de menos 500.000 barris por dia do que em 2022.
Assim, serão os países produtores que não pertencem ao cartel que deverão permitir compensar esta evolução negativa e responder ao aumento da procura, com um aumento de 1,9 milhões de barris adicionais entre janeiro e agosto, principalmente devido a níveis recorde de extração nos Estados Unidos e no Brasil.
A AIE considera que a supressão dos cortes sauditas e russos no início de 2024 deverá então conduzir a um excedente no mercado, mas na sua análise coloca um certo grau de incerteza, dado o baixo nível das reservas.
A razão é que, em agosto, estas caíram 76,3 milhões de barris para o nível mais baixo dos últimos 13 meses. Na OCDE, apesar de um aumento de 26,7 milhões de barris em julho, para 2.814 milhões de barris, as reservas estavam 102,6 milhões de barris abaixo da média de cinco anos.
Dado o risco de aumento da volatilidade, a AIE afirma que tal "não beneficiaria nem os produtores nem os consumidores, tendo em conta o frágil ambiente económico".
No relatório mensal sobre o mercado petrolífero, a AIE alerta para o risco de maior volatilidade até ao final do ano devido ao baixo nível de reservas e confirma a previsão de crescimento da procura mundial este ano de 2,2 milhões de barris por dia, para 101,8 milhões, bem acima do anterior recorde registado em 2019.
O crescimento da procura abrandará no próximo ano, prevendo-se um aumento de pouco mais de 990.000 barris por dia, para um novo recorde de 102,8 milhões, e a China voltará a ser, de longe, o principal motor, absorvendo mais 640.000 barris por dia (quase dois terços do total).
A força da evolução na China provém em grande parte do setor petroquímico, que deverá representar cerca de metade do crescimento mundial este ano e 62% até 2024.
Os peritos da AIE explicam que, tendo em conta a generalização do teletrabalho, nomeadamente nos países anglófonos como a Austrália, os Estados Unidos, o Reino Unido e o Canadá, evita-se o consumo de cerca de 800.000 barris por dia nas deslocações de automóvel para o trabalho.
Só os EUA representam cerca de 500.000 barris por dia.
O verdadeiro motivo de preocupação para a AIE está do lado da oferta, nomeadamente a decisão da Arábia Saudita e da Rússia, no início deste mês, de prolongar até ao final do ano um corte de produção de 1,3 milhões de barris por dia, o que conduzirá a "um défice substancial".
Concretamente, o bloco formado pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (OPEP+) reduziu as suas contribuições para o mercado em dois milhões de barris por dia, entre janeiro e agosto, devido aos cortes voluntários de Riade e Moscovo, que só foram parcialmente compensados pelas retiradas adicionais do Irão (cerca de 600 mil barris por dia).
Se em agosto, a OPEP+ esteva a produzir quase 51 milhões de barris por dia para o mercado, a AIE estima que poderia produzir cerca de mais 200.000 graças ao Cazaquistão e à Nigéria.
No conjunto do ano, as suas retiradas seriam de cerca de menos 500.000 barris por dia do que em 2022.
Assim, serão os países produtores que não pertencem ao cartel que deverão permitir compensar esta evolução negativa e responder ao aumento da procura, com um aumento de 1,9 milhões de barris adicionais entre janeiro e agosto, principalmente devido a níveis recorde de extração nos Estados Unidos e no Brasil.
A AIE considera que a supressão dos cortes sauditas e russos no início de 2024 deverá então conduzir a um excedente no mercado, mas na sua análise coloca um certo grau de incerteza, dado o baixo nível das reservas.
A razão é que, em agosto, estas caíram 76,3 milhões de barris para o nível mais baixo dos últimos 13 meses. Na OCDE, apesar de um aumento de 26,7 milhões de barris em julho, para 2.814 milhões de barris, as reservas estavam 102,6 milhões de barris abaixo da média de cinco anos.
Dado o risco de aumento da volatilidade, a AIE afirma que tal "não beneficiaria nem os produtores nem os consumidores, tendo em conta o frágil ambiente económico".