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Administradores das empresas do S&P 500 ganham mais 347 vezes que os seus funcionários
O salário dos principais executivos das empresas do S&P 500 cresceu 5,9% em 2016 e os seus rendimentos foram 347 vezes mais elevados que os de um empregado médio, apurou um estudo da central sindical AFL-CIO.
A remuneração média em 2016 de um administrador-delegado das empresas integrantes daquele índice bolsista nova-iorquino ascendeu a 13,1 milhões de dólares (12 milhões de euros), ao passo que o salário médio dos trabalhadores foi de 37.620 dólares.
Em 2015, os salários daqueles executivos tinham sido 335 vezes mais elevados do que o salário médio dos trabalhadores.
"O estudo deste ano oferece mais evidência de que a avareza dos administradores-delegados está a impulsionar a crise de desigualdade de rendimentos nos EUA", assegurou Richard Trumka, presidente da AFL-CIO, a principal associação sindical norte-americana.
Trumka salientou que, "demasiadas vezes, as empresas vêem os trabalhadores como custos a cortar, mais do que activos em que se deve investir".
Este aumento agrava esta tendência nos EUA, saliente nas últimas décadas, que tem alimentado a polémica a propósito da disparidade de rendimentos.
Na década de 60, os principais executivos recebiam um salário cerca de 20 vezes o da média dos empregados, mas este rácio cresceu para 42 em 1980 e para 107 em 1990.
Em 2013, foi ultrapassado pela primeira vez a fasquia dos 300, segundo uma análise do Economic Policy Institute.
Entre os administradores com maiores salários em 2016 estão Thomas M. Rutledge, da Charter Communications, com 96 milhões de dólares anuais (2.100 vezes mais do que o trabalhador médio) e Philippe P. Dauman, da Viacom, com 93 milhões de dólares.
Seguem-se Leslie Moonves, da CBS, com 69 milhões, Fabrizio Freda, da Estee Lauder Companies, com 48 milhões, e o chefe de Nike, Mark G. Parker, com 47 milhões, que representa um rácio de 1.260 em, relação ao ordenado médio dos trabalhadores desta amostra empresarial.
Esta informação é do domínio público desde que a autoridade bolsista (SEC, na sigla em Inglês) aprovou, durante a Presidência de Barack Obama (2009-2017), uma norma que exige a revelação do rácio entre as remunerações dos administradores-delegados e as dos empregados.