A suspeita é que o grupo tenha usado meios ilícitos para "contornar" a Constituição brasileira, que proíbe o controlo por estrangeiros de jornais, revistas e emissoras de rádio e televisão no país.

"A Ongoing tem dado seguidas indicações, em Portugal, de que comanda as publicações no Brasil e de que pretende ampliar a sua presença no sector dos 'media' no país", escreve o diário.


No Brasil, o grupo Ongoing detém uma participação de 29,9% da Empresa Jornalística Económico (Ejesa), através da subsidiária Ongoing Participações (Brasil).

Os 70,1% do capital da Ejesa são controlados por Maria Alexandra Vasconcellos, brasileira, casada com Nuno Vasconcellos, presidente do grupo Ongoing.

Depois do lançamento do Brasil Económico, em Outubro de 2009, primeiro título da participada da Ongoing, a Ejesa passou a controlar outros três diários, os generalistas “O Dia” e “Meia Hora”, além do desportivo “Marca Campeão”.

O conjunto dos quatro títulos já atinge uma audiência diária superior a 3,2 milhões de leitores, nomeadamente nos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo.

Em Julho deste ano, numa audiência no Congresso brasileiro sobre a regulação de portais de Internet, Maria Alexandra Vasconcellos afirmou que a Ejesa cumpre a legislação brasileira.

"Repudio as alegações infundadas que têm sido veiculadas por entidades mal informadas ou mal intencionadas a respeito do cumprimento das normas legais brasileiras no que diz respeito à titularidade, administração e conteúdo jornalístico do jornal Brasil Económico", afirmou Maria Alexandra Vasconcellos.

A responsável salientou que a Ejesa é resultado da sua decisão de investir no Brasil, "considerando o dinamismo apresentado pela economia brasileira nos últimos anos e aproveitando o espaço antes ocupado por outros meios de comunicação voltados para a economia".