Notícia
O "catenaccio" deu lugar ao "bellocalcio"
Criou-se o hábito de assumir que as vitórias futebolísticas italianas são fruto de um futebol cínico e defensivo que especula com o jogo: "catenaccio". Mas o treinador Antonio Conte quis mostrar que não há irreversibilidades, criando um futebol italiano de "rosto humano" que está a encantar a Europa.
Olha-se para a seleção italiana e percebe-se não haver ideia mais estafada do que resumir o futebol da "squadra azzurra" ao cinismo futebolístico transalpino.
Orientada pelo enérgico Antonio Conte, Itália confirmou perante Espanha que sabe ganhar a jogar bem. Algo perceptível nos dois momentos do jogo, defensivo e atacante. Este "jogar à bola" (como diria Fernando Santos) não ignora a organização defensiva com linhas muito juntas, nem descura um futebol atractivo onde cada jogador sabe bem o que fazer e onde estar.
Depois de um decepcionante Mundial de 2014 em que Prandelli não conseguiu definir um modelo de jogo, Conte, fiel aos seus princípios, transpôs para a seleção o modelo ganhador que o próprio introduziu na Juventus. E como não poderia deixar de ser - já diz o adágio - o seleccionador transalpino construiu a equipa de trás para a frente, num 5-3-2 que, quando a equipa ataca, se transforma num 3-5-2 que privilegia a cultura de posse em ataque organizado e com largura.
Sem estrelas como Maldini, Nesta ou Totti, Conte enfrentou ainda o desafio de colocar a equipa a jogar sem Pirlo, o pêndulo faz-jogar que durante mais de 10 anos pautou todo o jogo italiano.
Depois Conte viu-se também privado de Marchisio e Verratti, tendo que construir um meio-campo B com Parolo e Giaccherini, que dão à equipa a técnica e a verticalidade que o plano A não garantiria. Na defesa pontificam os três centrais da Juve que jogam de olhos fechados com o colega Buffon, o capitão que, aos 38 anos, confirma ser o melhor guarda-redes de que há memória. No ataque estão os "underdogs brasileiros", Éder e Pellé, a tentar fazer esquecer que Itália já não tem "Vieris" nem "Tonis".
É claro que quando e se for necessário recorrer ao velho matreirismo ultra-defensivo, Conte não hesitará nem um segundo. Mas há que dar graças ao seleccionador que largou o vitorioso "catenaccio" para nos agraciar com um "bellocalcio".
Orientada pelo enérgico Antonio Conte, Itália confirmou perante Espanha que sabe ganhar a jogar bem. Algo perceptível nos dois momentos do jogo, defensivo e atacante. Este "jogar à bola" (como diria Fernando Santos) não ignora a organização defensiva com linhas muito juntas, nem descura um futebol atractivo onde cada jogador sabe bem o que fazer e onde estar.
Sem estrelas como Maldini, Nesta ou Totti, Conte enfrentou ainda o desafio de colocar a equipa a jogar sem Pirlo, o pêndulo faz-jogar que durante mais de 10 anos pautou todo o jogo italiano.
Depois Conte viu-se também privado de Marchisio e Verratti, tendo que construir um meio-campo B com Parolo e Giaccherini, que dão à equipa a técnica e a verticalidade que o plano A não garantiria. Na defesa pontificam os três centrais da Juve que jogam de olhos fechados com o colega Buffon, o capitão que, aos 38 anos, confirma ser o melhor guarda-redes de que há memória. No ataque estão os "underdogs brasileiros", Éder e Pellé, a tentar fazer esquecer que Itália já não tem "Vieris" nem "Tonis".
É claro que quando e se for necessário recorrer ao velho matreirismo ultra-defensivo, Conte não hesitará nem um segundo. Mas há que dar graças ao seleccionador que largou o vitorioso "catenaccio" para nos agraciar com um "bellocalcio".