A FC Porto SAD registou prejuízos de 22,1 milhões de euros no exercício 2023/2024, o último sob a presidência de Pinto da Costa, contra  47,6 milhões no período anterior, disse a SAD em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).  

Contudo, a SAD liderada agora por André Villas-Boas registou resultados operacionais positivos de 7,2 milhões no ano até 30 de junho, refere o comunicado, face aos 24,1 milhões negativos em 2022/2023. Sem contabilizar os passes de jogadores, os resultados operacionais foram negativos em 2 milhões, um agravamento ligeiro face ao período homólogo.  

Os resultados das transferências de jogadores foram positivos em 9,2 milhões, o que compara com os 24,1 milhões de perdas em 2022/2023. Já os proveitos das cedências de passes de jogadores (vendas) cresceram 27,6 milhões, contribuído com 41,5 milhões para o resultado.

Os custos operacionais, excluindo os passes, aumentaram 10,4 milhões, apesar de os custos com pessoal terem diminuído em 6 milhões. "Este acréscimo deriva principalmente da contabilização da multa da UEFA, provisões e perdas por imparidade", refere o comunicado.

A FC Porto SAD regista que, apesar dos resultados negativos, houve uma "melhoria assinalável" dos capitais próprios face ao exercício anterior, "em resultado da reavaliação contabilística do Estádio do Dragão", que possibilitou uma subida dos ativos.

Contudo, numa nova avaliação ao valor de mercado dos "cash flows" gerados pelo Estádio do Dragão realizada em junho, após contestação da CMVM, fez com que o valor se fixasse em 213 milhões de euros, abaixo dos 279 milhões de euros apurados em 2023.

Já o passivo diminuiu 11,4 milhões, registando-se uma diminuição de 18%, com uma redução de 56 milhões do valor dos empréstimos, diz o relatório.

Os resultados antes de impostos, juros, deduções e amortizações (EBITDA) foram também positivos, alcançando os 60,3 milhões, "refletindo os meios libertos pela atividade operacional da sociedade".

O relatório menciona ainda o acordo com a Ithaka, que passará a deter 30% dos direitos económicos da Porto Stadco, e irá explorar comercialmente o estádio do Dragão. O negócio poderá atingir os 100 milhões, com 35 milhões condicionados a objetivos. O fecho da operação decorreu no final deste mês e a Porto SAD já recebeu 50 milhões relacionados com o negócio.

Numa nota inicial, André Villas-Boas assinala que estes resultados "correspondem ao encerrar de um ciclo, da responsabilidade da anterior administração". Pinto da Costa terminou o mandato a 27 de maio deste ano.

"Fruto de um ato eleitoral altamente participado pelos associados do Clube, o FC Porto abre agora um renovado ciclo em que a sua sustentabilidade financeira, aliada ao sucesso desportivo serão uma prioridade", diz o atual presidente da SAD.