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Liga dos Campeões: Real e Atlético reeditam final de Lisboa
O Real Madrid, pela experiência, qualidade individual dos jogadores, nomeadamente Cristiano Ronaldo, e palmarés, é favorito a vencer o 'vizinho' Atlético de Madrid na final da Liga dos Campeões de futebol, que se repete dois anos depois.
O Estádio San Siro, em Milão, vai ser hoje palco da reedição da final da Luz, onde os 'colchoneros' tiveram o 'caneco' na mão, mas deixaram-no fugir aos 90+3 minutos, quando Sergio Ramos marcou o 1-1 e forçou o prolongamento, na qual o conjunto de Carlo Ancelotti arrasou, para vencer por 4-1.
Foi a muito ansiada '10.ª' dos 'merengues', à 13.ª final, e o segundo desaire do Atlético de Madrid, que só tinha discutido o título em 1973/74, caindo então perante o Bayern Munique (0-4 num segundo jogo, em Bruxelas, depois de 1-1, após prolongamento, no primeiro).
Dois anos volvidos, os protagonistas não são muito diferentes, as filosofias são as mesmas, com o Real a manter-se mais ofensivo, com Zidane em vez de Ancelotti, e o Atlético mais defensivo, no modelo ainda mais consolidado de Simeone.
Então, o Atlético de Madrid surgia, porém, moralizado por ter conquistado a Liga espanhola, que na presente temporada foi arrebatada pelo FC Barcelona, igualmente vencedor da Taça do Rei, além do Mundial de clubes e da Supertaça Europeia.
Para Real e Atlético, a vitória na 'Champions' é, assim, a salvação da época, a última oportunidade de vencer algo, tudo num jogo, depois de mais uma época interna 'varrida' pelos catalães, que só falharam na Europa.
Os 'merengues' tiveram uma época complicada, com Rafa Benítez a não convencer e a acabar por cair no início de Janeiro, com quase tudo perdido. Zinedine Zidane, que estava no 'satélite' Castilla, sucedeu-lhe.
Sob o comando do gaulês, o Real Madrid não melhorou substancialmente, mas foi seguindo na 'Champions', auxiliado por sorteios favoráveis, e, face a um 'desfalecimento' do 'barça', ainda sonhou com o campeonato.
Roma, Wolfsburgo e Manchester City foram os clubes que o Real Madrid eliminou na Liga dos Campeões, num final de época em que venceu 15 dos últimos 17 jogos, falhando os triunfos apenas na Alemanha (0-2) e Inglaterra (0-0).
Esta série iniciou-se em Março, depois dos 'merengues' finalizarem Fevereiro com um desaire por 1-0 na recepção ao Atlético de Madrid, por culpa de um golo do francês Antoine Griezmann, aos 53 minutos.
Na primeira volta do campeonato, o Real Madrid também não conseguiu, aliás, bater os 'colchoneros'. Benzema adiantou os 'merengues', logo aos nove minutos, mas, aos 83, Vietto restabeleceu a igualdade, estabelecendo o 1-1 final.
O Atlético de Madrid esteve melhor no confronto directo com o Real, mas acabou por ficar dois pontos atrás dos 'merengues' no campeonato, por culpa de um desaire por 2-1 no reduto do lanterna-vermelha Levante, na penúltima ronda.
Quanto ao percurso na 'Champions', o 'onze' de Simeone teve obstáculos muito mais complicados, mas superou-os, nomeadamente os 'poderosos' FC Barcelona e o Bayern Munique, que eram os principais candidatos ao ceptro, depois de só ter batido o mais frágil PSV Eindhoven nos penáltis.
Os caminhos foram muito destintos, mas ambos estão na final e, em relação ao panorama de há dois anos, face aos 'onzes' que se projectam, o Real Madrid apresentará cinco alterações e o Atlético de Madrid seis.
Nos 'merengues', Keylor Navas, os então suplentes Pepe e Marcelo, Casemiro e Kroos deverão substituir o agora portista Casillas, o lesionado Varane, Fábio Coentrão (actua no Mónaco), Khedira (Juventus) e Di Maria (Paris Saint-Germain).
A equipa de Zidane entrará, certamente, em '4-3-3', com Carvajal, Pepe, Sergio Ramos e Marcelo, à frente de Navas, um meio campo com Casemiro, Kroos e Modrid e o apelidado 'BBC' (Benzema, Bale e Cristiano Ronaldo) na frente.
Por seu lado, Courtois (rumou ao Chelsea), Miranda (Inter de Milão), Raúl Garcia (Athletic de Bilbau), Tiago, Diego Costa (Chelsea) e David Villa (New York City) serão as 'baixas' no Atlético, substituídos por Oblak, Giménez, Saúl Ñíguez, Augusto Fernández, Griezmann e Torres.
O conjunto de Simeone deverá entrar em '4-4-2', com Oblak na baliza, uma defesa com Juanfran, Giménez, Godin - autor do golo na Luz - e Filipe Luís, quatro médios (Saúl Ñíguez, Gabi, Augusto Fernández e Koke) e Griezmann e Torres na frente.
O encontro está marcado para as 20:45 locais (19:45 em Lisboa), no Estádio Giuseppe Meazza, em San Siro, na cidade italiana de Milão. Terá transmissão na RTP e Sport TV.
Real Madrid pode reforçar estatuto de 'rei' da Europa
O Real Madrid é o 'rei' da história da principal competição europeia de clubes de futebol, estatuto que pode reforçar este sábado, caso some o 11.º título.
A formação 'merengue' ganhou as cinco primeiras edições da Taça dos Campeões Europeus (1955/56 a 59/60), voltou a vencer em 1965/66 e, na 'era Champions' (desde 1992/93), triunfou em 1997/98, 1999/2000, 2001/02, com Figo, e 2014/15, na final de Lisboa, com Cristiano Ronaldo, Pepe e Fábio Coentrão.
Em vésperas da sua 14.ª final, outro recorde, o Real Madrid é decisivo na liderança de Espanha, que já sabe que somará o 16.º cetro, seja o 11.º dos 'merengues' ou a estreia dos 'colchoneros', que perderam as finais de 1973/74 e de 2014/2015, na Luz, por 4-1, após prolongamento.
Independentemente do resultado de sábado, em San Siro, o conjunto 'merengue' continuará destacado na liderança do 'ranking' dos campeões europeus, enquanto o Atlético procura tornar-se o 23.º vencedor e primeiro novo integrante da lista dos campeões desde o Chelsea, em 2012.
Os 'blancos' somam mais três títulos do que os italianos do AC Milan, que venceram pela sétima e última vez em 2006/2007, e 'dobram' os ingleses do Liverpool, os alemães do Bayern Munique e os rivais catalães do FC Barcelona, que ainda são os detentores do troféu (3-1 à Juventus, na final de 2015).
Com quatro títulos, seguem os holandeses do Ajax, tricampeões nos anos 70 com o malogrado Johan Cruyff como grande referência. O '14' levaria, depois, como treinador, os catalães ao primeiro cetro europeu, em 1991/92.
O Manchester United e o Inter de Milão, dois clubes que se estrearam como campeões face ao Benfica, venceram a prova por três vezes, sendo que os transalpinos selaram o 'tri', 35 anos depois, sob o comando de José Mourinho.
No quarteto que reparte o nono lugar do 'ranking', com dois títulos, seguem dois clubes portugueses, o Benfica, que ganhou em 1960/61 e 61/62, perdendo depois, cinco finais, e o FC Porto, vencedor em 1986/87 e 2003/04.