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FIFA triplica prejuízos em 2016 penalizada por escândalo de corrupção

O organismo que tutela o futebol mundial registou um prejuízo de 369 milhões de dólares em 2016, o triplo do verificado no ano anterior. Despesas judiciais relacionadas com o escândalo de corrupção que estalou em 2015 ajudam a explicar o mau desempenho financeiro.

Reuters
07 de Abril de 2017 às 18:03
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A FIFA apresentou esta sexta-feira, 7 de Abril, os resultados referentes ao exercício financeiro de 2016, período em que a instituição agora liderada por Gianni Infantino acumulou prejuízos de 369 milhões de dólares, o que configura um resultado negativo cerca de três vezes maior do quem o obtido em 2015.

 

De acordo com a direcção executiva do organismo responsável pela gestão do futebol mundial, este mau resultado explica-se pela adopção de novas regras internas contabilísticas, com um aumento do investimento no sector do futebol e com "custos extraordinários".

 

Estes custos extraordinários, realça a agência Bloomberg, deverão decorrer das despesas judiciais dos processos judiciais em curso relacionados com o escândalo de corrupção que estalou em 2015 e que continua ainda a afectar não apenas a credibilidade da instituição mas também a sua saúde financeira. Nos últimos dois anos a FIFA já terá despendido perto de 130 milhões de dólares com advogados e custas judiciais.

 

Num relatório hoje divulgado, a organização anunciou ainda ter já gasto 76% das receitas de 5,5 mil milhões de dólares orçamentadas para o ciclo de quatro anos em curso (2015-2018, período entre mundiais de futebol), dos quais dois anos estão já cumpridos.

 

No ano corrente de 2017 a FIFA estima atingir um prejuízo antes de impostos de 489 milhões de dólares, esperando regressar aos lucros em 2018, ano em que acredita poder obter um resultado líquido de quase 1,1 mil milhões de dólares. No próximo ano decorre o Mundial de Futebol, organizado pela Rússia, o principal evento desportivo da FIFA e responsável por boa parte das receitas do organismo.  

 

Todavia, para já as perspectivas não são assim tão animadoras. A pouco mais de um ano do apito inicial para o Mundial da Rússia, falta ainda à FIFA negociar 24 espaços publicitários, sendo que desde o Mundial de 2014 a instituição conseguiu apenas angariar três novos patrocinadores: duas empresas chinesas (Wanda e Hisense) e o banco russo Alfa-Bank.

 

Por outro lado, a FIFA tem sentido dificuldades para alcançar o montante pretendido relativamente às receitas provenientes dos direitos de transmissão televisiva, uma das principais fontes de receita da instituição.

 

O relatório hoje emitido pela FIFA responsabiliza a anterior gestão do organismo pelos maus resultados, notando que foram realizados maus investimentos – concretamente a sede da instituição e o museu do futebol mundial - e destacando a necessidade de implementar práticas de gestão mais transparentes.

 

O ítalo-suíço Infantino foi eleito presidente da FIFA em Fevereiro do ano passado, um processo eleitoral que culminou com quase um ano de polémicas e escândalos judiciais que levaram à demissão de vários dirigentes da organização por suspeitas da prática de corrupção, desde logo o até então presidente Sepp Blatter. 

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