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A Covid pode transformar o modelo das ligas de futebol mais ricas da Europa

Devido ao estado precário provocado pela pandemia da Covid-19, o modelo de negócio do desporto está a ser atacado por todos os lados. Os clubes mais ricos do mundo tentam afirmar-se no topo do desporto, os investidores de private equity procuram comprar ativos "distressed" e os negócios rentáveis de direitos televisivos têm sido desfeitos.

7.º Liverpool - A KPMG valoriza o clube inglês em 2.095 milhões de euros.
EPA
31 de Outubro de 2020 às 19:00
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As principais ligas de futebol da Europa enfrentam um período turbulento.

As receitas afundaram devido às restrições para os adeptos nos estádios. As televisões exigem descontos para os jogos cancelados por causa do coronavírus. E as equipas, que em tempos normais gastavam grande parte da receita na aquisição de talentos por valores elevados, tinham poucas poupanças para tempos difíceis.

Devido ao estado precário provocado pela pandemia da Covid-19, o modelo de negócio do desporto está a ser atacado por todos os lados. Os clubes mais ricos do mundo tentam afirmar-se no topo do desporto, os investidores de private equity procuram comprar ativos "distressed" e os negócios rentáveis de direitos televisivos têm sido desfeitos.

"A crise cria oportunidades", diz Kieran Maguire, professor de finanças do futebol na Universidade Liverpool.

A Liga dos Campeões da UEFA, a competição de futebol mais rica da Europa e um dos eventos desportivos mais vistos em todo o mundo, é alvo de uma proposta feita por um grupo que inclui algumas das maiores equipas do setor equeconta com o apoio financeiro do JPMorgan Chase, de acordo com uma pessoa a par da negociação.

O novo torneio garantiria vagas - e com isso prémios monetários - para clubes como o Manchester United e o Liverpool em vez de exigir que as equipas se qualifiquem anualmente, segundo a regra da Liga dos Campeões.

Um anúncio formal poderia ter sido feito no final deste mês, avançava a Sky News. Os pormenores, incluindo a lista dos clubes participantes, ainda não foram fechados e o projeto até pode não ir por diante, de acordo com a notícia.

Na Inglaterra, os donos americanos multimilionários do Manchester United e do Liverpool propuseram um plano de alívio para os clubes de divisões inferiores, cujas receitas desapareceram já que os adeptos foram impedidos de assistir aos jogos. A ideia, porém, tem com um problema: Promove uma reestruturação da gestão da Premier League inglesa que assegura a possibilidade de os maiores clubes terem ainda mais poder e um lugar permanente no topo da pirâmide do futebol da Inglaterra.

A proposta foi rejeitada pela Premier League, mas Maguire acredita que o jogo está potencialmente a caminho de um modelo de franchise como acontece nos Estados Unidos, sem descidas de escalão e com uma divisão de receitas mais desigual.

O CEO da Premier League, Richard Masters, que tem feito campanha para trazer os adeptos de volta aos estádios, diz que o futebol inglês está a perder 100 milhões de libras (110,7 milhões de euros) por mês pessoas nos estádios.
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