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Vendas da Nestlé em Portugal crescem 3,5% para 398 milhões de euros

A empresa prevê investir entre 9 a 10 milhões em Portugal este ano, um valor mesmo assim inferior aos 15 milhões em 2016. O crescimento das vendas em Portugal deveu-se “ao maior dinamismo do consumo” das famílias e do turismo.

Miguel Baltazar/Negócios
14 de Março de 2017 às 13:35
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A Nestlé Portugal fechou 2016 com receitas totais de 480 milhões de euros, o que representa um crescimento orgânico de 4,7% face aos valores registados no ano anterior.

Analisando só as vendas em território nacional, excluindo os proveitos provenientes das exportações, os valores situaram-se em 398 milhões de euros, um aumento de 3,5% face a 2015.

Para Jordi Llach (na foto), director-geral da Nestlé Portugal, estes números revelam que "2016 foi um ano muito positivo" para as operações da multinacional suíça em Portugal. "A nível mundial o crescimento orgânico foi de 3,2%. Em Portugal foi muito superior à média do grupo (4,7%)", acrescentou o responsável durante um encontro com jornalistas que decorreu esta terça-feira, 14 de Março.

O crescimento das vendas em Portugal, no geral, deveu-se ao "maior dinamismo do consumo das famílias portuguesas", destacou. Já no canal fora do lar, como em hotéis e cafés, o crescimento de cerca de 1,2% devido, em especial, à categoria dos cafés que cresceu com o aumento do sector do Turismo em Portugal.

No que toca às exportações, a Nestlé Portugal manteve o mesmo valor de volume de negócios registado no ano anterior. No total, durante 2016, as vendas para o exterior atingiram 82 milhões de euros, ou seja, 17% do volume de negócios.

A Nestlé exportou a partir de Portugal - onde detém três fábricas em Avanca (multiproduto), no Porto (cafés) e Lagoa (leite em pó) – produtos para 37 países a nível mundial.

A Europa absorveu a larga maioria dos produtos exportados (63%), seguindo-se o continente africano com 18%.

Jordi Llach admitiu que em alguns mercados o comportamento das exportações não manteve a tendência ascendente, nomeadamente em Angola. No entanto, "conseguimos compensar [a quebra] com o crescimento em alguns países da Europa", comentou o director-geral da subsidiária portuguesa.

Do total dos produtos exportados 72% das vendas concentram-se em 10 países: Angola, Cabo Verde, Espanha, França, Grécia, Itália, Roménia, Rússia, Suécia e Ucrânia. Por categorias, os produtos mais exportados foram as farinhas lácteas, cafés, bebidas de cereais, cereais de pequeno-almoço e leites em pós.

Ao longo de 2016 a Nestlé Portugal investiu 15 milhões de euros, dos quais 5,4 milhões na melhoria das três fábricas que detém no país.

"Os restantes 9,5 milhões de euros foram investidos na introdução de melhorias na nossa rede do negócio de fora do lar, na nossa logística e no nosso parque informático", explica a empresa.

Para este ano, o investimento deverá ser menor, rondado os 9 ou 10 milhões de euros, adiantou Jordi Llach. "Estamos habituados a gerir [o investimento anual] de forma mais dinâmica. Agora é um bocado diferente. Em 2017 vamos focar o investimento na modernização do centro de distribuição", exemplificou, acrescentando que a Nestlé "não vai parar de investir".

Além disso, revelou que estão a negociar com a casa-mãe um futuro investimento em Portugal, mas que devido ao projecto implicar confidencialidade não pode adiantar pormenores.

O responsável comentou apenas a decisão deverá ser conhecida antes do verão, e que "este investimento traz consigo ainda mais solidez para o futuro do negócio em Portugal". "O mais importante não é o número [do investimento], mas o que traz consigo o investimento", concluiu.

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