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Shein prepara-se para entrar na bolsa londrina após impasses com Wall Street

Devido às tensões crescentes entre Pequim e Washington, a Shein tem enfrentado vários obstáculos desde que oficializou a sua vontade de entrar em Wall Street junto da SEC.

Suzanne Plunkett/Reuters
16 de Maio de 2024 às 13:03
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A Shein está a planear entrar na bolsa londrina, depois das tensões entre Washington e Pequim terem, consecutivamente, adiado a oferta pública inicial (IPO, na sigla inglesa) da gigante chinesa na bolsa norte-americana. De acordo com a Reuters, a empresa de "fast-fashion" deve informar os reguladores chineses dessa vontade ainda este mês. 

Em entrevista ao Financial Times, o diretor executivo da Shein, Donald Tang, revelou que a empresa de retalho tem conseguido "progressos" com os reguladores e políticos dos EUA para mudar a perceção de que a plataforma "online" é controlada pelo governo chinês, mas os esforços ainda "não foram suficientes".

As tensões entre as duas maiores potências económicas do mundo têm levado os EUA a acusar as autoridades chinesas de interferirem e, até mesmo, controlarem várias empresas sediadas no país asiático. O caso mais mediático é o TikTok, cuja dona, a ByteDance, foi instada pelo executivo norte-americano a vender a sua participação na aplicação, caso queira manter atividade nos EUA.

Estas desconfianças alastraram-se para a Shein e tornaram-se o seu maior obstáculo para entrar na bolsa de Washington. A papelada para proceder com a IPO já foi entregue há seis meses à Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC, na sigla inglesa), mas até agora ainda não houve progressos e não têm sido mantido contactos por parte da SEC com a empresa.

De acordo com fontes recolhidas pelo FN, a empresa já começou a dar prioridade à entrada na bolsa de Londres, que ao início era só um plano B, uma vez que o fundador da empresa, Sky Xu, tem uma "grande desejo de alcançar uma IPO o mais rápido possível". No entanto, o diretor-executivo da empresa recusou confirmar essa informação ao FT, afirmando que a Shein está a "analisar todas as opções e nenhuma decisão foi ainda tomada".

Na última ronda de financiamento, a Shein foi avaliada em 66 mil milhões de dólares e a sua entrada em bolsa configuraria uma das maiores IPOs do ano. Já para a bolsa londrina, garantir uma IPO de uma empresa do tamanho da Shein seria uma grande vitória, uma vez que a London Stock Exchange (LSE) tem perdido grupos de relevo ao longo dos anos, como é o caso da Arm Holdings e da Flutter - muitas vezes para a sua concorrente de Wall Street. 

A SkyNews já tinha revelado, em dezembro do ano passado, que o diretor-executivo da Shein se reuniu com vários oficiais do LSE e do Reino Unido, incluindo o deputado Jeremy Hunt, durante uma visita a Londres. 

Qualquer entrada em bolsa tem de passar pelos reguladores chineses, que ainda não aprovaram nenhuma das opções. Caso a IPO avance na LSE, a Shein pretende ainda explorar uma entrada secundária na bolsa de Wall Street, quando as condições políticas forem mais favoráveis, revelou uma fonte à Reuters. 

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