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Restauração e hotelaria arrancam o ano com perdas na faturação entre 40 e 60%

Inquérito da AHRESP revela quebras acentuadas na faturação em janeiro das empresas da restauração e similares e do alojamento turístico. Setor volta a reivindicar intervenção do Governo para fazer face a "tempestade perfeita".

José Sena Goulão
07 de Março de 2022 às 09:57
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Metade das empresas da restauração registaram quebras acima dos 40% e um terço das de alojamento tiveram descidas acima dos 60% em janeiro, tornando o arranque de 2022 pior do que o do ano passado, revela um inquérito levado a cabo pela Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP).

"Este inquérito revela assim um cenário ainda muito dramático para as nossas atividades económicas", assinala a AHRESP, voltando a apelar ao Governo para que lance um "plano de ação" para garantir a viabilidade das empresas à beira de uma "tempestade perfeita" que, depois de dois anos de pandemia sofrem com aumentos dos preços da energia, combustíveis e matérias-primas.

Em comunicado, publicado esta segunda-feira, a AHRESP indica que as quebras na faturação "resultam em muito dos efeitos diretos do pico da quinta vaga da pandemia", dado que, à luz do inquérito, 78% das empresas de restauração e similares e 37% das de alojamento já tinham tido trabalhadores infetados. Destas, 51% e 19%, respetivamente, tiveram, inclusive, que fechar por essa razão, por um período nunca inferior a sete dias.

Em face deste ambiente, o inquérito revelou novamente uma subida das intenções de insolvência que, no caso das empresas de restauração, chegou mesmo a duplicar, alerta a AHRESP, apontando que três em cada dez companhias de restauração e similiares ponderam fechar definitivamente. 

A dificuldade em arranjar recursos humanos constitui uma das principais preocupações do setor, com 90% das empresas de restauração e 78% das de alojamento que tiveram necessidade de contratar a dar conta de fortes dificuldades em consegui-lo. 

Para a AHRESP afigura-se ainda "muito relevante" o facto de 52% das empresas de restauração e de 28% do alojamento terem referido que tiveram de adiar investimentos por terem dificuldades em contratar.

O inquérito, levado a cabo em fevereiro, contou com uma amostra de 417 respostas válidas, descritas como representativas dos setores da restauração e similares e do alojamento turístico em todo o território nacional.

Foram também recolhidos dados sobre as expetativas do negócio para fevereiro, assim como as medidas prioritárias que, na perspetiva das empresas, deveriam ser adotadas e que passam designadamente pela aplicação temporária da taxa reduzida de IVA nos serviços de alimentação e bebidas, apoios a fundo perdido para a tesouraria ou redução do IRC.

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