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México avisa que tarifas anunciadas por Trump podem custar 400 mil empregos nos EUA

A líder do México promete retaliar caso o presidente eleito dos Estados Unidos avance com imposição de tarifa adicional de 25% sobre os produtos mexicanos, como anunciou recentemente.

Lusa-EPA
28 de Novembro de 2024 às 09:17
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O México advertiu que a tarifa generalizada de 25% sobre os produtos mexicanos, que o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que pretende impor, pode fazer desaparecer 400 mil empregos nos Estados Unidos e levar a uma subida dos preços para os seus consumidores.

"Se houver tarifas dos Estados Unidos, o México também vai elevar as taxas", afirmou a presidente do México, Claudia Sheinbaum, durante uma conferência de imprensa, na mais clara declaração de que o país está a preparar eventuais medidas comerciais retaliatórias contra o seu maior parceiro comercial.

"É um tiro no pé", complementou o ministro da Economia mexicano, Marcelo Ebrard, alertando que as tarifas podem levar a uma enorme crise nos Estados Unidos, gerando perda de emprego e menor crescimento económico e impactando as empresas norte-americanas que produzem do outro lado da fronteira, duplicando efetivamente os impostos que pagam. "O impacto nas empresas é enorme", reforçou, citado pela agência Reuters.

Marcelo Ebrard apontou que as tarifas propostas vão afetar especialmente os maiores exportadores transfronteiriços do setor automóvel, nomeadamente a Ford, a General Motos ou a Stellantis, recordando que 88% das "pick-ups" vendidas nos Estados Unidos são feitas no México, pelo que teriam um agravamento do preço. "A nossa estimativa é que o preço médio destes veículos aumente em 3.000 dólares", afirmou.

Trump, que toma posse em janeiro, anunciou na segunda-feira que pretende impor tarifas adicionais de 10% sobre a importação de produtos chineses e de 25% sobre bens provenientes do México e do Canadá, mas os mercados acreditam que se trata de uma tática de negociação, com vários analistas a considerarem que não há grandes motivos para preocupação. "Continuamos a encarar estas tarifas mais como uma estratégia. Achamos que o ladrar vai ser pior do que a dentada", aponta Andrew Benner, da NatAlliance Securities, citado pela Bloomberg.

"O facto de Trump associar as tarifas a drogas e imigração, em vez de as associar ao comércio/câmbio/economia, dá um sinal aos investidores de que este anúncio é uma tática de negociação e não um instrumento político", argumentou também Dennis DeBusschere, da 22V Research. "Estes impostos podem ser ferramentas de negociação, pois estão ligados ao tráfico de droga e à imigração, o que pode significar que serão de curta duração", sublinhou, por seu turno, Paul Donovan, do UBS Global Wealth Management.

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