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Lucros da Ibersol sobem para 21,8 milhões até Setembro

A empresa de restauração admite que em Angola "a evolução dos negócios estará muito ligada à evolução política e económica". Já a baixa do IVA ajudou a compensar subida do salário mínimo em Portugal.

Paulo Duarte/Negócios
30 de Novembro de 2017 às 19:01
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O resultado líquido consolidado da Ibersol atingiu 21,8 milhões de euros no final dos primeiros nove meses deste ano, ficando 3,8 milhões acima do valor registado no mesmo período do ano passado.

 

De acordo com a informação prestada à CMVM, o EBITDA deste grupo com sede no Porto, que explora em Portugal e Espanha marcas como Pizza Hut, KFC e Burger King, ascendeu a 49,8 milhões de euros, representando um aumento homólogo de 68%.

 

Já o volume de negócios consolidado foi de 332,5 milhões de euros até Setembro (206,6 milhões de euros sem o EOG - Eat Out Group), que compara com 177,5 milhões de euros no período homólogo. Eliminando o efeito dessa aquisição, concretizada em Outubro de 2016, as vendas de restauração progrediram 16,5% nos três primeiros trimestres do ano.

 

Sem o EOG, os custos com pessoal subiram 15,5%, percentagem inferior à do aumento de actividade (16,5%), reduzindo assim para 29,3% o peso da rubrica na facturação. "A conjugação do aumento da actividade, da diluição dos custos de estrutura e dos ganhos decorrentes da redução do IVA [na restauração] compensaram os efeitos da subida do salário mínimo em Portugal e dos custos de formação incorridos para a abertura de novas unidades", assinala a Ibersol.

 

No final do terceiro trimestre, o número total de unidades contabilizadas pela empresa liderada por Alberto Teixeira (na foto) era de 648, sendo 501 lojas próprias e 147 franquiadas. Deste total, 313 estavam localizadas em Portugal – até ao final do ano está prevista a abertura de mais sete novos restaurantes no país –, 315 em Espanha, 10 em Angola e outras tantas noutras localizações.

 

Riscos e perspectivas de olho em Angola

 

Na rubrica de riscos e incertezas, a Ibersol assinala que "mantendo-se a evolução de consumo na Península Ibérica, o risco da actividade [em Portugal e Espanha] está associado aos níveis de quotas que sejam atribuídos nos concursos para exploração de espaços concessionados".

 

Em Angola, a evolução do consumo e a desvalorização da moeda local, o kwanza, são apresentadas como as "principais incertezas", apesar da reduzida dimensão do negócio do grupo neste país. "Adicionalmente, as limitações no montante de divisas disponibilizadas pelo BNA para pagamentos ao exterior, incrementam significativamente o risco cambial da operação em Angola", acrescenta.

 

No campo das perspectivas, volta a surgir o país agora liderado por João Lourenço, que substituiu José Eduardo dos Santos e nas últimas semanas tem estado a mudar os principais rostos do poder naquele país africano. Para a Ibersol, "a evolução dos negócios estará muito ligada à evolução politica e económica do país" e "as perspectivas apontam para uma forte possibilidade de ocorrer uma desvalorização da moeda e consequentemente uma quebra no consumo".

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