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Dona da Conforama reclama 53 milhões ao ex-CEO
A Steinhoff International, dona da Conforama, avançou com um processo contra o ex-CEO e o antigo CFO, reclamando quase 70 milhões de euros por alegado "enriquecimento injustificado".
A Steinhoff International, retalhista sul-afriana que é dona da marca Conforama, interpôs um processo contra os antigos gestores da empresa, alegando "enriquecimento injustificado". A empresa, segundo o site Financial Mail, que teve acesso ao processo, reclama o pagamento de um total de 1.142 randes, o que equivale a quase 70 milhões de euros.
A retalhista de mobiliário reclama salários, prémios e valores auferidos através de programas de incentivos, bem como juros e custos legais aos dois executivos, revela a publicação sul-africana.
A Steinhoff reclama ao ex-presidente executivo, Markus Jooste, o pagamento de 870 milhões de randes (53 milhões de euros). Já ao CFO, Ben la Grange, é exigido o pagamento de 272 milhões de randes.
O Financial Mail adianta que os valores exigidos têm por base uma lista detalhada de danos financeiros alegadamente provocados por Jooste, com a ajuda de La Grange nos últimos dois anos antes do colapso da empresa.
Recorde-se que a Steinhoff anunciou, em dezembro de 2017, irregularidades contabilísticas, que acabaram por afetar os resultados entre os anos 2009 e 2017. O relatório da investigação levada a cabo internamente concluiu que os resultados foram inflacionados, tendo, no fim, sido retirados do balanço 8,2 mil milhões de euros, de acordo com a publicação sul-africana.
A Dona da Conforama argumenta que se tivesse noção da "verdade dos factos" não teria sido pago qualquer salário ou prémio aos gestores. A Steinhoff exige assim o que os acusados devolvam "todos os salários pagos, todos os prémios auferidos e o valor das ações" no momento em que foram dadas.
A empresa sul-africana está, neste momento, em várias frentes judiciais, sendo alvo de pedidos de indemnização. O antigo chairman, Christo Wiese, interpôs um processo onde exige o pagamento de 4,8 mil milhões de dólares, enquanto o empresário GT Ferreira, que era acionista desde 2015, reclama 100 milhões de euros. Uma retalhista de sapatos que foi comprada pela Steinhoff em 2016 exige 120 milhões de euros.