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Tomás Correia: Montepio e Crédito Agrícola ainda podem formar grande banco  

O presidente da Associação Mutualista Montepio defendeu hoje que as instituições da economia social que operam na banca, Montepio e Crédito Agrícola, devem reorganizar-se num grande banco de retalho, acreditando que isso acontecerá mais cedo ou mais tarde.

Miguel Baltazar
14 de Setembro de 2018 às 17:22
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"O conjunto das instituições da economia social que operam no sector financeiro têm todas as condições para vir a ser um grande banco de retalho em Portugal", afirmou Tomás Correia à Agência Lusa, à margem do almoço-debate organizado pelo International Club of Portugal, em Lisboa.

 

Questionado sobre o facto de o presidente do Crédito Agrícola já ter dito que não estava interessado na junção das instituições, o presidente da associação dona da Caixa Económica Montepio Geral desvalorizou e mostrou-se convencido de que um dia vai acontecer.

 

"O mundo, a vida, não é uma coisa se desenhe em linha recta, a vida é feita através de um percurso que mais se assemelha ao de um electrocardiograma. Vamos ter serenidade, a força das nossas convicções, porque com isso continuamos com a certeza absoluta de que este é um caminho que há-de concretizar-se, quando não sei, se será comigo não sei, mas sei que isso vai acontecer", afirmou.

 

Para Tomás Correia, perante "todo o interesse do país em ter um grupo financeiro da economia social forte", "as instituições da economia social e as pessoas têm de estar disponíveis para discutir isso".

 

Antes, na intervenção no final do almoço-debate do International Club of Portugal, Tomás Correia tinha dito que "as instituições da economia social devem ter capacidade de se reorganizar para desenvolver um grande banco de retalho em Portugal", até para fazer face a um setor bancário muito dominado por capital estrangeiro. A excepção são a Caixa Geral de Depósitos, o Montepio e o Crédito Agrícola.

 

No sector segurador, acrescentou, a situação ainda é pior, tendo em conta a venda das seguradoras pelos grupos bancários.

 

"Estou convencido de que se não atalharmos esta situação -- e será muito difícil - vamos ter um problema e muito cedo", afirmou, considerando que a dominação do sector financeiro por grupos estrangeiros prejudica o financiamento às empresas e até a retenção de trabalhadores mais jovens em Portugal, uma vez que essas empresas acabam por os aliciar com trabalhos mais atractivos, mas nos países de origem.

 

Uma eventual junção entre Montepio e Crédito Agrícola não é um tema novo.

 

Em Março deste ano, o presidente do Crédito Agrícola admitiu que o grupo foi sondado para se juntar ao Montepio numa 'holding' bancária, mas que nunca esteve interessado e recusou.

 

"A ideia que me era apresentada era a de constituir uma 'holding' em que as contas dos dois grupos consolidariam nessa 'holding' e reportaria ao regulador em consolidado, era essa a ideia e que não teve acolhimento nenhum da nossa parte", afirmou Licínio Pina.

 

Ainda segundo o responsável, nessas conversas foi-lhe dito que essa era também a "vontade das altas instâncias do país". "Se era verdade não faço ideia", disse.

 

De responsáveis do Governo, afirmou que não houve conversas sobre o tema: "O Governo directamente não". Quanto ao Banco de Portugal, falou numa "abordagem muito ténue".

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