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Taxa de juro dos novos créditos à habitação ultrapassa 4% e está em máximos de 11 anos

A taxa de juro no crédito à habitação cifou-se em 4,15% em maio, máximos de 11 anos. O montante cresceu em todas as finalidades, indica o Banco de Portugal.

João Cortesão
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A taxa de juro média dos novos empréstimos à habitação continuou a subir e cresceu de 3,97% em abril para 4,15% em maio, superando o limiar dos 4% pela primeira vez em 11 anos, revelou esta quarta-feira o Banco de Portugal (BdP).

Portugal está acima da média da Zona Euro que é de 3,64%, mostram também os dados do supervisor bancário.


Os reembolsos antecipados de crédito da casa, especificamente no caso de habitação própria permanente, voltaram a aumentar em maio, passando de 0,67% para 0,81% do "stock" de empréstimos. "Esta evolução foi comum aos reembolsos antecipados totais (0,52% para 0,66% do stock) e aos reembolsos antecipados parciais (de 0,14% para 0,15% do stock), prosseguindo a tendência de aumento das amortizações antecipadas dos empréstimos, observada desde setembro de 2022", destaca o BdP.

Explica ainda o supervisor da banca que "em maio, existiu maior dispersão nas taxas de juro aplicadas aos novos empréstimos contratualizados a taxa variável: a 80% destes contratos foi aplicada uma taxa de juro entre 3,66% e 4,76%, enquanto 80% dos empréstimos a taxa fixa foram contratualizados a taxas entre 3,86% e 4,49%".

Os bancos concederam 1.623 milhões em novos empréstimos para habitação às famílias em maio, uma subida de 353 milhões face a abril. Deste montante 88% foi para habitação própria permanente, 5% para habitação secundária e 7% para obras.

Por tipo de taxa e exclusivamente nos novos empréstimos à habitação própria permanente, a maioria foi concedida de forma variável (73%), sendo que 20% foi de forma mista e 7% fixa.

Já por tipo de indexante, a proporção dos montantes de novos empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável concedida com uma Euribor a seis meses foi de 57%, a 12 meses de 25%, a três meses de 17% e cerca de 1% usando outras taxas de referência.

Prestação continua a subir e atinge 382 euros

A prestação média mensal do stock de empréstimos para habitação própria permanente fixou-se em 382 euros em maio e sobe, pelo menos, há 17 meses consecutivos.

Cerca de 75% dos contratos de crédito à habitação própria permanente têm uma prestação mensal inferior ou igual a 469 euros, destaca o Banco de Portugal.

Total de empréstimos às famílias  e empresas cresce

Os bancos concederam 2.298 milhões de euros em novos empréstimos às famílias em maio, superior em 495 milhões ao registado em abril. "O aumento foi comum a todas as finalidades — habitação, consumo e outros fins (subidas de 353, 90 e 53 milhões de euros, respetivamente)", detalha o BdP.

A maioria foi concedida para habitação, 1.623 milhões, sendo que 469 milhões foram para consumo e 197 milhões para outros fins.

Especificamente nos empréstimos ao consumo, a taxa de juro média foi de 8,72% em maio, o que compara com 8,69% em abril. Já a taxa de juro médio dos novos empréstimos para outros fins foi de 5,19% (5,18% em abril).

No caso dos novos empréstimos às empresas o montante subiu para 1.796 milhões de euros, mais 267 milhões do que em abril. Já a taxa de juro média aumentou de 5,13% para 5,42% em maio.

"A taxa de juro média subiu nos empréstimos até 1 milhão de euros (de 5,44% para 5,55%) e nos empréstimos acima de 1 milhão de euros (de 4,76% para 5,22%)", salienta o BdP.

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