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S&P revê em baixa perspectiva do "rating" do BPI para "estável"

A agência de notação financeira reduziu de "positivo" para "estável" o "outlook" do rating do BPI. A justificar esta decisão está, sobretudo, as indicações deixadas pelo BCE sobre a exposição a Angola.

Bloomberg
23 de Dezembro de 2014 às 17:17
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A Standard & Poor's reviu em baixa a perspectiva para o "rating" do BPI de "positivo" para "estável". O mesmo é dizer que não deverá haver alterações na notação financeira do banco liderado por Fernando Ulrich nos próximos meses. O "rating" do banco foi mantido em "BB-".

 

"A revisão do outlook reflecte a nossa visão de que é agora menos provável que o BPI reforce a sua posição de capital nos próximos 18 meses", explica a agência de notação financeira, que justifica a medida com uma alteração anunciada recentemente pelo Banco Central Europeu (BCE).

 

Por decisão de Bruxelas, o BCE deixou de considerar Angola como país com supervisão financeira equivalente à da União Europeia. Uma decisão anunciada no final da semana passada e que vai obrigar o BPI a adoptar medidas que permitam diminuir o peso de Angola no balanço.

 

"A acção de rating vem na sequência da publicação recente, por parte da Comissão Europeia, de uma lista de 17 países com supervisão equivalente à da União Europeia. Angola – onde se localiza a subsidiária do BPI, o BFA – foi excluída dessa lista", esclarece a Standard & Poor’s.

 

"Como resultado, a partir de 1 de Janeiro de 2015, a exposição cambial indirecta do BPI ao Estado angolano e banco central vai comportar uma maior ponderação de risco regulatório e, mais importante ainda, não estará mais isento do limite dos grandes riscos", acrescenta a agência de notação financeira. "Assim, entendemos que a exposição do BPI ao Estado e banco central angolanos vai exceder o limite dos grandes riscos - definido pelo regulador a 25% dos fundos próprios – até 3,2 mil milhões".

 

O banco liderado por Fernando Ulrich revelou, em comunicado, que a alteração do critério de valorização dos investimentos em Angola implica, para o BPI, um aumento dos activos ponderados pelo risco de 3,7 mil milhões de euros. Uma subida que não põe em causa a solidez da instituição, que tem folga de capital para a absorver. Com as regras em vigor, a incorporação deste impacto reduziria o rácio de capital para 10,7%, acima do mínimo de 8% exigido pelo supervisor.

Ainda assim, o BPI terá de tomar medidas para reduzir o peso da exposição a Angola porque com o novo critério europeu os interesses angolanos do banco passam em 3.163 milhões o limite dos grandes riscos. A principal fatia deste excesso (94%) resulta da carteira de dívida pública e de créditos ao Estado.

 

(Notícia actualizada às 17h50. Corrige lead onde indicava revisão para "negativo". A revisão foi para perspectiva "estável")

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