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S&P diz que BCP deve continuar com lucros e tem margem para absorver mais perdas com créditos
A agência de notação financeira Standard & Poor’s diz que o impacto das provisões adicionais na Polónia será apenas "modesto" no BCP e calcula que as provisões adicionais agravem o rácio de capital em apenas 5 pontos base.
A provisão extraordinária que o polaco Bank Millennium anunciou na segunda-feira vai ter um impacto apenas "modesto" no Banco Comercial Português, que deverá assim continuar a apresentar lucros em 2021, bem como rácios de capital adequados.
O banco polaco detido em 50,1% pelo BCP constituiu uma nova provisão de 379,6 milhões de zlótis no quarto trimestre, em linha com o que estão a fazer várias instituições financeiras do país, para fazer face aos riscos legais relacionados com os créditos em moeda estrangeira. No quarto trimestre o Bank Millennium deverá ter prejuízos, mas na globalidade do ano espera lucros.
Numa nota a reagir a esta notícia, a agência de notação financeira Standard & Poor’s diz que o impacto no BCP será apenas "modesto" e calcula que as provisões adicionais agravem o rácio de capital em apenas 5 pontos base.
"Desta forma, continuamos a prever que o BCP mantenha uma capitalização modesta face aos riscos que enfrenta nos próximos 12 a 18 meses, com o seu rácio a situar-se entre 6,5% a 7%, o que compara com 6,96% no final de 2019", refere a agência.
A S&P diz que o "outlook" estável para o rating de "BB" que atribui ao BCP reflete a perspetiva que o banco liderado por Miguel Maya "ainda tem espaço de manobra para absorver perdas de crédito mais elevadas".
As projeções da agência assumem que o BCP enfrenta necessidades de provisões elevadas este ano, mas acredita que o banco vai continuar a apresentar lucros em 2021, tal como espera para 2020, com uma rentabilidade do capital em volta de 3% no final deste ano.
Para baixar o atual rating que atribui ao BCP, terá de acontecer uma deterioração mais severa da atividade económica em Portugal e das condições operacionais, "face ao que já estimamos atualmente", bem como uma "deterioração significativa do desempenho da carteira de crédito" e uma litigância mais forte nos créditos na Polónia.