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Sobreendividamento faz aumentar em 15% reclamações ao Banco de Portugal
Regulador do sector financeiro recebeu quase 18 mil reclamações de clientes bancários contra instituições financeiras no ano passado. 2013 foi o segundo ano consecutivo de aumento das queixas.
O Banco de Portugal recebeu 17.911 reclamações de clientes bancários contra instituições de crédito durante o ano passado, de acordo com o Relatório de Supervisão Comportamental. Houve um aumento de 15% face ao ano anterior explicado por situações de incumprimentos.
Em comunicado, o regulador liderado por Carlos Costa revela que o número de queixas recebidas contra os bancos cresceu 15% face a 2012, “período em que já se tinha registado um aumento de 6% que inverteu a trajectória de abrandamento observada nos dois anos anteriores”.
“O crescimento verificado deveu-se sobretudo às reclamações sobre crédito aos consumidores e crédito à habitação, tendo por base situações de sobreendividamento”, pode ler-se no Relatório de Supervisão Comportamental de 2013, apresentado esta segunda-feira pelo Banco de Portugal. E é nestes casos em que têm menor razão.
Mais reclamações, menos infracções
Ainda que o número de reclamações tenha crescido face ao ano anterior, são cada vez mais as queixas que depois de analisadas pelo Banco de Portugal revelam que não houve infracção por parte da instituição de crédito. Ou seja, os portugueses reclamaram mais, mas sem razão.
“Em 2013, em cerca de 48% das reclamações encerradas não se observaram indícios de infracção por parte da instituição de crédito”, refere o regulador. “A evolução, face a 2012, evidencia uma maior proporção de reclamações sem indícios de infracção, com o contributo das reclamações sobre os regimes de incumprimento, em que a proporção é superior: 73%”.