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Sefin foi extinta e interrompe pareceres financeiros ao parlamento e Governo

A Sefin - Associação Portuguesa dos Utilizadores e Consumidores de Serviços e Produtos Financeiros está extinta e já não vai dar os seus pareceres ao Governo e parlamento, disse o ex-presidente, António Júlio Almeida, à Lusa.

Miguel Baltazar/Negócios
24 de Março de 2017 às 08:52
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"Era [à Sefin] difícil subsistir, tanto em termos de organização como em termos financeiros", explicou aquele responsável, que se tornou há 10 anos um dos fundadores da associação, da qual foi presidente.

"Os associados da Sefin não eram muitos", contou aquele responsável, precisando que foi a falta de pagamento de quotas que prejudicou o suporte financeiro do projeto.

"Justifica-se ainda a existência da Sefin", afirmou António Júlio Almeida, lembrando "o papel muito importante" da associação, em matéria como a aplicação abusiva de arredondamento às taxas de juro das prestações de crédito à habitação cobradas pelos bancos até 2006, ano em que foi constituída a associação.

A sefin foi criada em 2006, por iniciativa de "cidadãos e amigos motivados" que acreditavam ser necessário ajudar os consumidores financeiros a combater as "imperfeições e desequilíbrios" dos sistema e mercado financeiros português.

António Júlio destacou o "muito importante" papel de apoio aos consumidores desempenhado pela associação em Portugal nos últimos dez anos, e lembrou que é a assimetria de informação, de conhecimento, de poderes e de representação entre as instituições financeiras e os consumidores, favorável aos operadores financeiros, que é o grande responsável por um desequilíbrio.

"Foi nessa missão, de equilibrar a relação com os consumidores de produtos e serviços financeiros, nomeadamente ao nível da informação, formação e representação, que a Sefin desempenhou um "papel fundamental" de esclarecimento dos direitos e deveres dos consumidores financeiros portugueses, concluiu o ex-presidente.

A associação deixa pareceres, declarações públicas e intervenções em comissões parlamentares, sobre questões como a não remuneração de depósitos a prazo, que contestou, a cobrança de comissões "excessivas" pela banca, também contestada, ou a defesa de contas à ordem gratuitas e de serviços bancários mínimos, que defendeu ser muito necessária.

O actual presidente da associação, até à extinção, era Octávio Viana, também presidente da ATM - Associação de Investidores e Analistas Técnicos do Mercado de Capitais.
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