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Salvar a AIG deu lucro ao Tesouro norte-americano

O governo federal seguiu uma estratégia semelhante à que adoptou com o Citigroup, tendo convertido as suas acções preferenciais na AIG em acções ordinárias para as vender a outros investidores. Concluída a venda de 92% da seguradora, o encaixe foi de 22,7 mil milhões de dólares.

EUA recupera 8,7 mil milhões de dólares da ajuda à AIG
11 de Dezembro de 2012 às 16:35
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O resgate da seguradora norte-americana AIG (American International Group), por parte dos EUA, veio a revelar-se bastante rentável, conforme o demonstram os números hoje divulgados.

 

Na sua sexta e última operação de alienação das acções da seguradora, a 32,5 dólares por acção [são 234,2 milhões de acções nesta tranche de venda], o governo de Obama vai encaixar 7,6 mil milhões de dólares. Quatro anos depois do resgate da AIG, em 2008, o lucro total ascende assim a 22,7 mil milhões de dólares (17,5 mil milhões de euros).

 
AIG: 2008, o ano de todos os perigos
O resgate da seguradora teve início a 16 de Setembro de 2008, no dia a seguir ao Lehman Brothers ter pedido falência.

 

Recorde-se que o Departamento norte-americano do Tesouro injectou 182,3 mil milhões de euros na AIG, em 2008, através do seu Programa de Compra de Activos Tóxicos [TARF – Troubled Asset Relief Program], tendo chegado a controlar 92% do seu capital.

 

O resgate da seguradora teve início a 16 de Setembro de 2008, no dia a seguir ao Lehman Brothers ter pedido falência. Esta ajuda inicial não foi suficiente para estabilizar a empresa e foi revista pelo menos três vezes, de modo a injectar mais capital na AIG e a dar-lhe mais tempo para reembolsar a ajuda.

 

Em Março de 2009, a seguradora reportou uma perda recorde de mais de 60 mil milhões de dólares, numa altura em que os activos endossados a hipotecas estavam a afundar.

 

A revisão do resgate incluiu uma linha de crédito de 60 mil milhões de dólares atribuída pela Reserva Federal de Nova Iorque, bem como um investimento de 69,8 mil milhões por parte do Tesouro e cerca de 52,5 mil milhões por parte da Fed para a compra de activos endossados a créditos hipotecários detidos ou garantidos pela AIG.

 

O Tesouro comprou acções ordinárias da AIG, por cerca de 47,5 mil milhões de dólares, e o seu lucro na venda destes títulos rondou os 4,1 mil milhões de dólares, refere a Bloomberg. Grande parte do lucro total de 22,7 mil milhões foi encaixado pela Fed, devido aos ganhos nos títulos associados a hipotecas que o banco central tinha assumido aquando do resgate. A posição que os EUA ainda detêm na seguradora é residual: tratam-se de “warrants” sobre 2,7 milhões de acções.

 

A AIG vendeu entretanto mais de 65 mil milhões de dólares de activos para ajudar a pagar o resgate.

 

O governo federal detinha 92% da empresa depois de a ter salvo da insolvência. Sublinhe-se que a AIG segurava 100.000 municipalidades, planos de reforma e empresas.

 

Na altura, o presidente da Reserva Federal, Ben Bernanke, disse que ter resgatado a AIG, depois de a seguradora ter sido “engolida” pelas suas apostas em activos endossados a créditos hipotecários, o tinha deixado “mais zangado” do que qualquer outra medida tomada pelo governo para contrariar a maior crise financeira do país desde a Grande Depressão, recorda a Bloomberg.

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