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Salgado falou 10 minutos em tribunal. “Uma imagem vale mil palavras”, diz advogado
Antigo banqueiro esteve esta manhã no tribunal, mas a sessão não demorou mais de dez minutos. Visivelmente debilitado, Ricardo Salgado não prestou declarações aos jornalistas.
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Ricardo Salgado esteve esta manhã no Tribunal Central Criminal de Lisboa para ser interrogado no âmbito do caso EDP. Há dois anos que o antigo banqueiro não surgia em público.
Passavam poucos minutos das dez da manhã quando Salgado surgiu acompanhado da mulher, Maria João Salgado, e dos advogados. As imagens transmitidas pelas televisões mostraram o antigo presidente executivo Banco Espírito Santo (BES) em silêncio e visivelmente debilitado – caminhando com a ajuda da esposa -, não prestando declarações aos jornalistas.
O interrogatório ao antigo banqueiro – diagnosticado com a doença de Alzheimer - demorou apenas dez minutos. À saída, o advogado de Salgado, Francisco Proença de Carvalho, justificou a escolha pela entrada pelo porta da frente, à vista dos fotojornalistas e repórteres de imagem, em vez da mais discreta entrada pelas traseiras. "Uma imagem vale mais do que mil palavras", afirmou, acrescentando que "uma vez que a imagem do meu cliente foi tão devassada ao longo destes 10 anos, seria bom que vissem".
"Nem ele, nem a família dele têm vergonha nenhuma do estado em que ele está. É um ser humano como sempre foi e muitas vezes tentaram colocá-lo quase um nível que não é humano e nós, os humanos, às vezes temos doenças, às vezes temos fragilidades, temos tudo isso e, portanto, o Ricardo Salgado não difere", atirou.
Referindo-se à insistência do Tribunal em chamar o banqueiro, Francisco Proença de Carvalho deixou mesmo um aviso: "Se a justiça portuguesa continuar a comportar-se desta maneira, quase indiferente esta situação, o Estado português será, de certeza, condenado em tribunal dos direitos humanos, como foram estados pouco recomendáveis, como a Rússia".
O advogado de Salgado garantiu ainda que vai fazer tudo o que estiver ao seu alcance para que "a justiça portuguesa volte à razão".
Proença de Carvalho explicou que Ricardo Salgado sofre da doença de Alzheimer "no segundo estágio mais grave, que é a dependência quase total para todas as atividades do dia a dia" e sublinhou que o cliente foi ao tribunal sempre que foi chamado. "Foi isso que fez ele sempre ao longo destes dez anosde luta dificílima, quando era a pessoa que já não é".
Na sessão, a defesa do ex-presidente executivo do BES invocou a "dignidade humana" para se opor a questões do tribunal no julgamento do Caso EDP, permitindo apenas a identificação durante cerca de 10 minutos.
"O meu cliente está diagnosticado com doença de Alzheimer, como está comprovado. As declarações estão comprometidas e, em defesa da dignidade humana, a defesa não vai aceitar que ele preste mais declarações. Não por não querer, mas por causa da doença. É esta a decisão da defesa", declarou o advogado Francisco Proença de Carvalho, depois de várias questões de identificação feitas pela juíza-presidente Ana Paula Rosa.
O ex-presidente do BES, Ricardo Salgado, está a ser julgado no caso EDP por corrupção ativa para ato ilícito, corrupção ativa e branqueamento de capitais, num processo em que são também arguidos o ex-ministro da Economia Manuel Pinho (corrupção passiva para ato ilícito, corrupção passiva, branqueamento e fraude fiscal) e a sua mulher, Alexandra Pinho (branqueamento e fraude fiscal - em coautoria material com o marido).
Passavam poucos minutos das dez da manhã quando Salgado surgiu acompanhado da mulher, Maria João Salgado, e dos advogados. As imagens transmitidas pelas televisões mostraram o antigo presidente executivo Banco Espírito Santo (BES) em silêncio e visivelmente debilitado – caminhando com a ajuda da esposa -, não prestando declarações aos jornalistas.
"Nem ele, nem a família dele têm vergonha nenhuma do estado em que ele está. É um ser humano como sempre foi e muitas vezes tentaram colocá-lo quase um nível que não é humano e nós, os humanos, às vezes temos doenças, às vezes temos fragilidades, temos tudo isso e, portanto, o Ricardo Salgado não difere", atirou.
Referindo-se à insistência do Tribunal em chamar o banqueiro, Francisco Proença de Carvalho deixou mesmo um aviso: "Se a justiça portuguesa continuar a comportar-se desta maneira, quase indiferente esta situação, o Estado português será, de certeza, condenado em tribunal dos direitos humanos, como foram estados pouco recomendáveis, como a Rússia".
O advogado de Salgado garantiu ainda que vai fazer tudo o que estiver ao seu alcance para que "a justiça portuguesa volte à razão".
Proença de Carvalho explicou que Ricardo Salgado sofre da doença de Alzheimer "no segundo estágio mais grave, que é a dependência quase total para todas as atividades do dia a dia" e sublinhou que o cliente foi ao tribunal sempre que foi chamado. "Foi isso que fez ele sempre ao longo destes dez anosde luta dificílima, quando era a pessoa que já não é".
Interrogatório não foi além da identificação
Na sessão, a defesa do ex-presidente executivo do BES invocou a "dignidade humana" para se opor a questões do tribunal no julgamento do Caso EDP, permitindo apenas a identificação durante cerca de 10 minutos.
"O meu cliente está diagnosticado com doença de Alzheimer, como está comprovado. As declarações estão comprometidas e, em defesa da dignidade humana, a defesa não vai aceitar que ele preste mais declarações. Não por não querer, mas por causa da doença. É esta a decisão da defesa", declarou o advogado Francisco Proença de Carvalho, depois de várias questões de identificação feitas pela juíza-presidente Ana Paula Rosa.
O ex-presidente do BES, Ricardo Salgado, está a ser julgado no caso EDP por corrupção ativa para ato ilícito, corrupção ativa e branqueamento de capitais, num processo em que são também arguidos o ex-ministro da Economia Manuel Pinho (corrupção passiva para ato ilícito, corrupção passiva, branqueamento e fraude fiscal) e a sua mulher, Alexandra Pinho (branqueamento e fraude fiscal - em coautoria material com o marido).