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Ricciardi "surpreendido" com resolução do Banif defende consolidação da banca nacional

O presidente executivo do banco de capitais chineses Haitong, José Maria Ricciardi, disse que ficou surpreendido com a resolução do Banif, defendendo a consolidação do sistema financeiro português e europeu.

Miguel Baltazar
19 de Fevereiro de 2016 às 20:50
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"Fiquei surpreendido com o desfecho da operação nos termos em que ocorreu", afirmou José Maria Ricciardi à agência Lusa, quando instado a comentar o processo de resolução do banco do Funchal.

 

Sem querer comentar o valor de venda do Banif ao Santander Totta, que tem sido criticado, o antigo presidente executivo do Banco Espírito Santo Investimento (BESI) defendeu que "é fundamental que a consolidação bancária se verifique com entidades que tenham capacidade de fazer os investimentos e de assegurar o futuro dos trabalhadores e dos depositantes".

 

Para Ricciardi, "os sistemas financeiros português e europeu têm de se consolidar, porque as margens, que são a principal fonte de receita dos bancos, estão cada vez mais estreitas nesta conjuntura, e portanto é preciso mais eficiência para rentabilizar os bancos comerciais". "O resto é uma ilusão", sublinhou, considerando que "há bancos a mais na Europa e em Portugal".

 

Por isso, defendeu, "é preciso uma consolidação para que os bancos possam ter uma rentabilidade mínima, porque se não tiverem não vão conseguir ter capital, porque não vai haver investidores nos bancos e não havendo os bancos não tem capacidade de emprestar dinheiro à economia".

 

O processo de venda do Banif vai dominar os trabalhos da Comissão de Inquérito parlamentar, que tem início em Março, para se proceder à "avaliação de riscos e alternativas" da decisão, "no interesse dos seus trabalhadores, dos depositantes, dos contribuintes e da estabilidade do sistema financeiro".

 

A 20 de Dezembro o Governo e o Banco de Portugal anunciaram a resolução do Banif, com a venda de parte da actividade bancária ao Santander Totta, por 150 milhões de euros, e a transferência de outros activos - incluindo 'tóxicos' - para a nova sociedade veículo.

 

A resolução foi acompanhada de um apoio público de 2.255 milhões de euros, sendo que 1.766 milhões de euros saem directamente do Estado e 489 milhões do Fundo de Resolução bancário, que consolida nas contas públicas.

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