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Quatro em cada dez freguesias não tem acesso a dinheiro físico

Cerca de 740 mil pessoas não têm acesso a numerário na zona de residência. Ainda assim, quase toda a população portuguesa dispõe de um ponto de acesso, a menos de cinco quilómetros, de uma caixa automática ou um balcão.

João Cortesão
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Pouco menos de metade (41%) das freguesias existentes em Portugal, onde residem cerca de 740 mil pessoas, ou seja, 7% da população total, não tem acesso a numerário, seja através de balcões ou de terminais. Os dados fazem parte de um estudo publicado esta quarta-feira pelo Banco de Portugal sobre a cobertura da rede de caixas automáticas e agências bancárias e é referente a 2022.

O supervisor da banca refere ainda que quase toda a população portuguesa (99%) dispõe de um ponto de acesso a menos de cinco quilómetros, em linha da reta, da freguesia de residência e, das 3092 freguesias em Portugal, menos de 50 estavam a uma distância superior a 10 quilómetros, também em linha reta, de um balcão ou uma caixa automática.

"A percentagem da população que dispunha de um ponto de acesso a menos de cinco, 10 e 15 quilómetros de distância da freguesia de residência não se alterou relativamente aos últimos estudos realizados pelo Banco de Portugal, o que compara positivamente com os outros países da área do euro", detalha o BdP.



Apesar da redução da rede verificada nos últimos anos, 93% dos residentes percecionam como sendo fácil ou muito fácil encontrar um balcão ou uma caixa automática, uma percentagem que é superior à média da Zona Euro.

Ainda assim, o Banco de Portugal identificou 30 distritos (12 em Bragança e 8 em Vila Real), onde residem nove mil pessoas, para as quais uma eventual contração da rede poderá ser um problema. "Os casos de Bragança e Vila Real são particularmente exigentes para os cidadãos, uma vez que mais de 40% da população reside em freguesias sem acesso a serviços de numerário", realça a instituição liderada por Mário Centeno.

"Em Portugal, existia, em média, uma caixa automática (CA) por cada 737 residentes. A população coberta por CA era superior nos distritos de Braga e Setúbal, onde cada terminal servia, em média, mais de 900 habitantes. No que diz respeito à distribuição de CA por município, havia cinco concelhos onde cada máquina servia, em média, mais de 1.500 pessoas: Penalva do Castelo (Viseu), Celorico de Basto (Braga), Baião (Porto), Vinhais (Bragança) e Câmara de Lobos (Madeira)", indica o banco.

Quanto ao número de balcões nos últimos cinco anos houve uma redução de 1.077, passando de 4.205 em 2017 para 3.210 agências bancárias em território nacional no ano passado. "A redução da rede de balcões foi especialmente concentrada nos distritos de Lisboa, Porto, Braga e Aveiro, que, no conjunto, representaram 60% do número total de agências encerradas. Os cinco municípios com mais agências (Lisboa, Porto, Sintra, Cascais e Gaia) dispunham de tantas quanto o conjunto dos 161 municípios com menos agências", detalha o supervisor da banca.

É ainda estimado que "o esforço de racionalização continue nos próximos anos" e o banco alerta que "a inevitável substituição dos canais tradicionais, especialmente das agências, por instrumentos tecnológicos alternativos poderá constituir um desafio, sobretudo em matéria de inclusão financeira, e culminar numa situação subótima em termos de distribuição de numerário".

Portugal é o país da Zona Euro com mais caixas automáticas per capita

Existiam, no final de 2022 cerca de 310 mil caixas automáticas e 120 mil balcões na área do euro, ou seja, 430 mil pontos de acesso a numerário. O país com mais meios era a França, seguida por Itália, Alemanha e Espanha, que juntos representam quase 80% de todo o parque da região da moeda única.

Dos 18 países considerados no estudo, Portugal figura em sexto lugar, em termos de pontos de acesso físico ao sistema bancário. "Portugal é o líder da área do euro em número de caixas automáticas per capita, mas encontra-se abaixo da média europeia relativamente à área coberta pela rede de balcões", ressalva o BdP.
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