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Coronavírus acelera ascensão de economia sem dinheiro físico

Quando Atlanta, nos EUA, limitou os restaurantes ao serviço de entregas em meados de março para controlar a propagação do coronavírus, o Castellucci Hospitality Group decidiu que todos os sete restaurantes da rede não aceitariam mais dinheiro físico.

Jonas Leupe/Unsplash
19 de Julho de 2020 às 15:00
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O proprietário Fred Castellucci já planeava a mudança antes da covid-19, uma vez que 90% das vendas já eram realizadas com cartões de crédito e débito, mas adiou a transição devido à preocupação de excluir clientes.

"A pandemia mudou as coisas", diz. "Agora, o nosso foco principal é a saúde e a segurança dos nossos clientes, funcionários e da nossa comunidade."

Os seus restaurantes implementaram uma série de protocolos desde a reabertura dos serviços de mesa em junho, incluindo espaços entre as mesas e distribuição de menus de uso único. No Iberian Pig, restaurante de tapas espanhol do grupo, em breve será testado um sistema contactless que permite que os clientes paguem através de um código QR com o smartphone.

Castellucci não sabe ao certo se o serviço será aceite ou alargado para outras operações, mas uma coisa é certa: ele não vai aceitar dinheiro novamente - e não está sozinho.

Em todo o mundo, a covid-19 está a estimular a ascensão da economia sem dinheiro físico, com funcionários e consumidores a recearem que o manuseio direto de notas e moedas espalhe o coronavírus. Especialistas médicos e de saúde pública dizem que atualmente existem poucos dados para apoiar essa tese e que o dinheiro é seguro, desde que as pessoas lavem as mãos.


Embora a mudança signifique conveniência e menos preocupações sobre o vírus para alguns, ainda há muitas pessoas sem acesso a contas bancárias, crédito ou meios digitais suficientes. No Reino Unido, o grupo de defesa do consumidor Which? divulgou que 1 em cada 10 pessoas teve o serviço recusado em lojas por tentar pagar com dinheiro físico durante a quarentena.

Como em muitas outras coisas, o coronavírus expôs e exacerbou a falta de inclusão económica nos EUA. Durante o confinamento, não ter um cartão ou não poder usar aplicações para pagar por produtos impediu certas pessoas de comprarem online, expondo-as ao risco do vírus nas lojas físicas.

 

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