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PSD e CDS querem saber o que Passos discutiu com Salgado
Os dois partidos da maioria parlamentar vão questionar Passos Coelho sobre o que discutiu com Ricardo Salgado nas reuniões de Abril e Maio e que diligências fez depois desses encontros. PSD e CDS pretendem saber se o primeiro-ministro foi abordado por Ricciardi. E questionam Passos se discutiu sobre o BES com a troika.
Qual o "conteúdo" das reuniões que Pedro Passos Coelho teve com Ricardo Salgado, ex-presidente do banco, a 7 de Abril e a 14 de Maio? "Que diligências adoptou posteriormente?", perguntam os dois partidos da maioria nas dez questões que pretendem colocar por escrito ao primeiro-ministro, no âmbito da comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e do GES.
Sobre os contactos com o antigo banqueiro, o primeiro-ministro é ainda questionado sobre as razões por que devolveu um memorando que Ricardo Salgado disse ter enviado ao chefe do Governo.
PSD e CDS pretendem também saber se Passos Coelho discutiu os problemas do BES com José Maria Ricciardi, primo de Ricardo Salgado e antigo administrador do BES. Sobre outros temas, como a exclusão do BES Investimento dos assessores do Estado na privatização da EDP, sabe-se que o líder do BESI chegou a discutir com o primeiro-ministro.
No caso de o chefe do Governo ter sido "abordado" por Ricciardi, os deputados da maioria querem saber "qual o conteúdo dessa abordagem" e "se fez algumas diligências na sequência desse contacto".
Também as reuniões com a troika são alvo da curiosidade dos dois partidos. "Alguma vez discutiu com os membros da troika a questão do BES? Que pontos estiveram em debate e quais as diligências adoptadas?". É com esta questão que PSD e CDS pretendem que Pedro Passos Coelho esclareça a comissão parlamentar de inquérito ao BES e ao GES relativamente ao conhecimento das autoridades internacionais sobre os problemas do banco alvo da resolução.
PSD e CDS querem ainda saber "quando" é que Passos Coelho "teve conhecimento da resolução" e que outras intervenções teve neste processo.
Os dois partidos da maioria têm dez perguntas para o primeiro-ministro, mas a lista final de questões terá ainda de ser acordada com os restantes partidos. O PCP também já lançou as suas interrogações para o líder do Executivo.
Há várias personalidades nacionais que optaram por não ir presencialmente à comissão parlamentar de inquérito, como Vítor Gaspar, Vítor Constâncio ou também estrangeiros como Joaquin Almunia. Para estes, os grupos dirigem perguntas por escrito.