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PS recusa nacionalização do Novo Banco para manter liberdade negocial
O PS ainda não sabe o que vai fazer com o Novo Banco, mas pretende chumbar as propostas de resolução do BE e do PCP que querem a sua nacionalização. Razão: não são compagináveis com a liberdade negocial que o processo exige, escreve o Público.
Já se sabia que os deputados do PS vão votar contra os projectos de resolução apresentados pelo BE e pelo PCP recomendando a nacionalização do Novo Banco. Mas as explicações desta posição, numa altura em que várias vozes dentro do PS defendem a nacionalização, são adiantadas esta sexta-feira por Carlos César ao jornal Público: o voto contra justifica-se pelo facto de os socialistas considerarem que as propostas excluem à partida qualquer processo negocial.
Carlos César, o líder parlamentar do PS que há cerca de um mês afirmou que "as ofertas pelo Novo Banco são vexatórias", diz agora ao Público que "o ideal é a venda". "O nosso entendimento não é o de nacionalizar o Novo Banco, é de o manter na esfera pública se não existir nenhuma proposta de compra que seja vantajosa e proporcional ao valor que o Governo atribui à instituição bancária em causa". Em cima da mesa estará uma solução de compra parcial do NB por parte do Estado para que os prazos de Bruxelas sejam cumpridos.
O acordo entre o governo português e a Comissão Europeia impõe Agosto de 2017 como meta para a resolução do problema e, para já, decorrem as negociações com a Lone Star, um fundo "abutre" norte-americano, mas a quem fonte governamental garante que serão impostas garantias de que o banco não será retalhado, em caso de venda.
Com os prazos a pressionarem uma solução, o Governo já não estará preocupado com o valor a que o NB será vendido, mas apenas a quem caberá a factura de 750 milhões que são necessários injectar na instituição ainda este ano. Caso não haja venda, o encargo cai para o lado do Estado, e esta será uma das razões pela qual na semana passada a revista Sábado já dizia que o Governo admite vender o banco a custo zero.
O Público dá igualmente conta de que Oliver Brahin, responsável pelas operações europeias da Lone Star, esteve esta semana em Portugal para reunir com a equipa de Sérgio Monteiro, antigo secretário de Estado escolhido por Carlos Costa para liderar a venda da instituição, e por António Ramalho, o seu gestor executivo.