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Portas cita António Costa para defender vistos "gold"
O vice-primeiro-ministro lembrou um discurso do líder do PS, de quando era ministro da Administração Interna, em 2006, para dizer que os vistos "gold" são "uma política de continuidade na atracção de investimento".
Paulo Portas citou esta quinta-feira, 20 de Novembro, no Parlamento um discurso de António Costa proferido em 2006, também na Assembleia da República, quando este era ministro da Administração Interna e foi defender uma medida que o PS se preparava então para aprovar e que foi, segundo Portas, percursora dos actuais vistos "gold".
"A terceira medida que gostaria de salientar é a da simplificação da concessão de autorização de residência a estrangeiros que desenvolvam uma actividade empresarial no país, contribuindo, assim, para a atracção de investimento, criador de emprego e de riqueza", leu Paulo Portas a partir de uma acta do Parlamento de 20 de Dezembro de 2006.
"Eu podia ter subscrito esta frase", disse o vice-primeiro-ministro, afirmando que "há uma política de continuidade na atracção de investimento". "Recordo que o PS não teve a posição do PCP e do BE em relação às autorizações de residência por investimento", sublinhou.
Paulo Portas está esta quinta-feira na comissão parlamentar de Economia e Obras Públicas a requerimento do PCP para uma audiência sobre os vistos "gold", no centro do furacão na sequência da operação labirinto montada pela justiça e que já fez onze arguidos.
Pouco antes, o deputado socialista Pita Ameixa, apresentara a Paulo Portas um conjunto de questões sobre os vistos gold, nomeadamente se "nunca se apercebeu de eventuais riscos de corrupção" ou se "falou com Miguel Macedo e com o Ministério da Administração Interna para aperfeiçoar o sistema e criar cautelas que não estavam criadas."
Pita Ameixa frizara ainda que as questões relacionadas com os vistos gold que estão actualmente em causa "são questões que administrativamente não estão na área" de responsabilidade de Portas e que este "vestiu esta casaca, e o PSD enfiou-lhe essa carapuça, mandando-o vir a esta audição". "Coloca a hipótese de assumir responsabilidades políticas?" questionou ainda o deputado socialista.
O ministro limitou-se a afirmar que não está no Parlamento "a contragosto" e garantiu que assume "a responsabilidade em ter participado na criação do sistema que trouxe investimento para Portugal e criou emprego. Muito emprego a arquitecto, engenheiro, carpinteiro, pessoas que reabilitam e recuperam as casas e que as vendem".
Sobre o processo judicial em curso, Portas recusou-se a tecer qualquer comentário.