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Paulo Macedo: "A CGD não será uma nêspera"

Referindo-se às comissões, Paulo Macedo cita Mário-Henrique Leiria e a história de uma nêspera que estava "deitada, muito calada" à espera para ver o que acontecia. E "zás" foi comida. O gestor garante que não é isso que vai acontecer ao banco.

Paulo Macedo
22 de Novembro de 2019 às 11:30
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Paulo Macedo, presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD), diz que todos esperam que o banco que lidera "esteja calado e quieto", isto quando questionado sobre o facto de já estar a cobrar comissões nos depósitos de instituições financeiras, tal como o Negócios avançou. E citou o escritor Mário-Henrique Leiria e a história de uma nêspera que ficou "deitada" e "calada" e acabou por ser comida. 

"Toda a gente tem a expectativa de que a Caixa fica calada, quieta, deixa-se ir na onda", começou por afirmar Paulo Macedo na Money Conference, uma iniciativa organizada pela TSF e Dinheiro Vivo, em Lisboa.

Neste caso, disse, "citava Mário-Henrique Leiria: uma nêspera estava na cama deitada, muito calada, a ver o que acontecia. Chegou a velha e disse 'olha uma nêspera' e zás comeu-a. É o que acontece às nêsperas que ficam deitadas, caladas, a esperar o que acontece". Paulo Macedo garantiu: "A CGD não será uma nêspera". 

Na quinta-feira, o Negócios avançou que a Caixa já está a taxar os depósitos das instituições financeiras para tentar contornar a política monetária do Banco Central Europeu (BCE). Isto numa altura em que o BPI já deu este passo e os outros bancos do setor querem seguir o mesmo caminho, em resposta ao facto de a lei não permitir a aplicação de juros negativos nos depósitos em Portugal.

"A Caixa cobra comissões [nos depósitos] a instituições financeiras para saldos acima de determinado valor", afirmou fonte oficial do banco estatal, sem revelar qual é o montante em causa. Segundo foi possível apurar, este ronda os 5 milhões de euros, mas poderá variar de acordo com o cliente e o objetivo do depósito.

Banca afasta aumentos de comissões no próximo ano
As declarações de Paulo Macedo foram feitas num painel que contou com a presença dos presidentes dos outros grandes bancos nacionais. E o tema das comissões voltou a estar em cima da mesa.

O presidente do banco estatal repetiu o que disse na conferência de imprensa dos resultados para os primeiros nove meses do ano: não está planeado um novo aumento das comissões em 2020, além do que já foi anunciado. 

A mesma pergunta foi feita a Pedro Castro e Almeida, presidente do Santander Totta. O gestor disse não esperar "grandes alterações" nas comissões e afirmou que, mais do que aumentar comissoes, o importante é perceber como "podemos ter os clientes fidelizados e fazer com que saibam que serviços usufruem pelas comissões que pagam".

Pablo Forero, presidente do BPI, disse igualmente não esperar "grandes alterações", acrescentando que as comissões "não deviam ser um tema" e que "estão alinhadas" com o resto da Europa. Também António Ramalho, CEO do Novo Banco, considerou que o tema das comisões tem "um interesse muito reduzido", adiantando que não fez nenhuma alteração ao preçário. 

Já Miguel Maya, presidente do BCP, afirmou que se "os serviços forem valorizados pelos clientes", há margem para se melhorar o preço.

(Notícia atualizada às 12:26 com mais informação).

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