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Nuno Amado "optimista" espera que BCP complete "caminho difícil" em breve

O CEO do BCP espera que com a CGD estabilizada e o Millennium a pagar as obrigações convertíveis em capital contingente no curto prazo, o sistema financeiro fique "mais estruturado e equilibrado e que pode apoiar a economia nacional."

14º - Nuno Amado – BCP: 385,2 mil euros
09 de Setembro de 2016 às 18:07
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O presidente executivo do Millennium BCP disse esta sexta-feira, 9 de Setembro, no Cartaxo, que o banco vai recuperar a "capacidade de decisão" em 2017 com o pagamento da ajuda estatal e que antevê um sistema financeiro mais equilibrado.

"Acho que a CGD teve o seu apoio com o apoio de todos nós, todos sem excepção. Tem o assunto bem enquadrado. O Millennium enquadrará o seu assunto, obviamente, a curto prazo. Penso que com o tema da Caixa e o Millennium enquadrado, pagando os 'CoCos' [obrigações convertíveis em capital contingente] a curto prazo, ficamos com um sistema financeiro mais estruturado e equilibrado e que pode apoiar a economia nacional e os empresários em Portugal", afirmou, declarando-se "mais optimista" hoje do que no passado.

Nuno Amado, que falava no final de um almoço oferecido pelo Millennium a agricultores que participam na Agroglobal, Feira das Grandes Culturas, disse acreditar que, apesar do "enquadramento muito complicado", com o nível actual das taxas de juros, o BCP vai ultrapassar as dificuldades, pois já fez "uma boa parte do trabalho de casa".

"Não foi fácil. Com todo o respeito, recrutar 2.500 pessoas é bastante mais fácil que reduzir 2.500 pessoas. O BCP nos últimos quatro anos reduziu a sua estrutura, reduziu a sua base de custos em mais de 30%. Estamos a fazer um trabalho profundo. Não é fácil, é difícil", declarou, sublinhando que "grande parte está feito mas não está completado".

"Espero realmente que proximamente haja uma evolução que permita de uma vez por todas pagar os CoCos e voltarmos a ter a independência e a capacidade de decisão autónoma que merecemos e que queremos ter", acrescentou.

Nuno Amado disse ainda que o BCP não consegue ser o banco "mais barato" mas quer ser "um banco português", que, resolvidos os problemas, possa estar com os seus clientes nos momentos mais fáceis mas também nos difíceis.

"Acreditamos que para o desenvolvimento da economia portuguesa, das empresas portuguesas e dos empresários portugueses é preciso ter bancos portugueses. É preciso, no mínimo, ter um banco público português e um banco privado português de dimensão", afirmou.

Para Nuno Amado, "não seria pior" haver, "se calhar, dois bancos privados portugueses com dimensão" dentro dos 120 maiores bancos europeus, para assegurar "uma independência na decisão da alocação das poupanças dos portugueses, da poupança interna do país".

"Acho que isso é absolutamente fundamental. O BCP está num caminho difícil que vai, espero eu, completar proximamente. Estou optimista nesse sentido. Estou optimista relativamente a 2017", caso se mantenha o equilíbrio a nível macro económico, de défice externo e défice orçamental controlados, disse.

Nuno Amado sublinhou que o BCP "não entrou bem preparado na crise", lembrando que não tinha capital e que, para cada 100 euros de depósitos dava 170 de crédito, tendo, actualmente, "um nível de capital incomparável".

"Resolveremos o problema, como digo, aos poucos, muito proximamente, dos que ainda faltam pagar. Temos um balanço bastante equilibrado e estamos a fazer um conjunto de provisões para ficarmos com a situação totalmente transparente e tranquila", disse, afirmando não ter qualquer dúvida que 2017 "vai ser um ano muitíssimo difícil" mas também aquele em que o banco "volta a ter capacidade de decisão", porque "já fez uma boa parte do seu trabalho de casa".

O Millennium BCP recebeu um apoio de 3.000 milhões de euros do Estado em 2012, dos quais já pagou 2.250, estando em falta 750 milhões de euros, pelos quais paga juros anuais.

O almoço hoje oferecido pelo Millennium a agricultores que participam na Agroglobal, Feira das Grandes Culturas, que termina hoje no Cartaxo, é uma acção de aproximação a um sector em que o banco "ainda não tem nem a presença nem o conhecimento" que tem noutras áreas, mas ao qual quer passar a prestar um serviço "que nenhuma outra instituição tem", disse Nuno Amado.
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